O solta às bruxas
Estou aqui de volta e de novo a pensar em ciclos.
Eu sou amigo infiel às coisas escritas.
Volto sempre quando nada está bem, quando a mente é tão agitada que não sobra espaço pra coisas banais, como o sono
Meu redemoinho é difícil minha amiga, por isso eu preciso disso.
O lado de fora continua externando energia, alegria e aquele insuportável jeito intenso.
Pra dentro sobra isso.
Sobra a melancolia, as letras não ditas, o cansaço, aqui que mora o nosso abismo.
Esse abismo que a pessoa do dia nunca quer ver, e por isso a da noite precisa lidar sem bico.
Eu estou cansada.
Seja cansado ou cansada.
[eu mudo o que posso e o que digo]
Eu sou essa mulher ranzinza que vive amontoada de risos, de lágrimas e discos.
Ele é aquela versão esquisita de um bom, dedicado e inteligente menino.
Eu não quero ser ele, eu quero ser comigo.
Sozinha como sempre fui, vivendo essa amargura de viver num presídio.
Eu sou a força que ele busca de dia, e finge que não encontra consigo.
Sou a natureza que nele se manifesta.
Sou o que ele mais teme encontrar no abismo.
A figura mais encarnada da bruxa.
A bruxa dos seus sonhos antigos.
Por ser quem sou movimento toda força comigo
Mas ele faz como todo homem e acha que a força está consigo
A natureza sempre se liga na bruxa, e ele se conecta comigo
Quando chama as ancestrais, quando sente o libido, quando move o mundo a sua volta, é a bruxa em seu caminho.
A bruxa está com ele, com você, consigo
A bruxa é a criação, não é atoa que quase todo parto é feminino.
Ele pode ser um bom rapaz durante o dia, mas à noite
A noite é minha
Sou eu quem domino