Quase
Não transforme o quase...
Nem em tudo, nem em nada
Deixe-o sendo só um quase
Não estrague a surpresa breve do desconhecido e ao mesmo tempo idealizado.
Deixe ser igual ao destino,
Incerto, extraordinário e tão esperado, como uma certeza inevitável.
Deixe ser a certeza do quase nunca que acontece,
Mas que sempre acontece.
Siga apenas acontecendo, sem nada esperar.
Siga, seguindo a luz ou o apagar das luzes.
Toda dualidade é necessária.
O que faz o pêndulo mover-se são as duas esferas.
A vida é essa analogia e você é o epicentro,
Tendo que assistir, sentir, chorar, sorrir, acontecer, florir, morrer.
Sem poder perguntar nada.
Então me diz pra que ficar até quando puder, ou partir quando necessário?
Nascer já foi bem imposto.
E acontecer é algo desafiador e inevitável.
Morrer também é!
E de inevitável em inevitável, escolho o quase!