PROVAS DA NÃO EXISTÊNCIA DE DEUS.

Um amigo ateu certa vez disse que, ao abrir o Livro dos Espíritos, de Kardec, logo à primeira questão fechou-o irritado.

O autor perguntou aos espíritos, em primeira mão, O QUE ERA DEUS?

Isso, segundo o meu amigo, desqualificou toda a obra e o autor.

Não teve ele a curiosidade dos sábios em seguir adiante.

E isso ocorre com a maioria das pessoas, dos agnósticos, dos descrentes e dos ateístas que são conceitos diferentes.

No entanto, para simplificar, falaremos apenas como se todos fossem DESCRENTES da existência de Deus, embora alguns acreditem em espíritos ou na vida eterna mesmo negando um Criador.

Durante nossa conversa, concordei com o amigo.

O interessante, ao invés de se tentar provar a existência do Criador é procurar saber em qual tipo de Deus ou deuses o descrente não acredita.

Também não creio no Deus bíblico e, afirmo, sem medo de errar ou desejo de ofender pedindo desculpas a quem NAQUELE crê, que se o Deus bíblico existisse nós não existiríamos.

Afinal, um Deus que se zanga, depois se arrepende, depois faz aliança como os homens, depois destrói cidades após a aliança e derruba muralhas e concede super poderes a um homem com longos cabelos poderia, de fato, ser o Deus cósmico e universal?

Nesse ponto o Deus bíblico não é muito superior a Zeus ou a Afrodite.

Poderiam até mesmo disputar uma luta de raios sob o Olimpo ceifando seus desafetos.

Deus, supremo em todas as qualidades, lutaria pelo domínio da carne da fé de criaturas habitando um mundo atrasado como a Terra?

A lógica e o avanço da razão demonstram que o DEUS bíblico, de fato, morreu conforme já nos disse Nietsche.

O problema que acontece com esses todos que MATARAM Deus é o mesmo: simplesmente o assassinaram, ou descobriram que não poderia existir, mas não mergulharam na busca do Criador real, de fato superior, que nos deu a vida e concebeu todas as coisas.

A procura desse Deus não os alcança e essa é uma das nossas lutas sobre esse mundo de dores e provas.

Deus, concebido como a inteligência suprema e causa primária de todas as coisas deve e precisa existir, pois, do contrário, nossa própria presença aqui não seria lógica e racional.

Afinal, tudo é harmonia no universo e a enorme sincronia entra as leis do macrocosmos e do microcosmos atestam o seguinte: nada tão perfeito e funcional poderia surgir do acaso, do nada.

O universo é, em si, um mecanismo perfeito e automático. Altamente complexo, funciona como um relógio, embora não o percebamos assim.

Todas as leis da física, química e biológicas atendem a uma ordem e o encadeamento lógico aponta para uma origem programada, orquestrada ou racional.

Negar uma origem lógica ao universo dando-lhe um desabrochar ao acaso é, de fato, irracional.

Por mais que os descrentes queiram e se esforcem, ao buscar a origem e observar a harmonia essencial nas leis deduzimos que esse mecanismo somente pode ter tido uma CAUSA INTELIGENTE.

Como é Deus, de fato, ainda não podemos responder com afirmação indubitável, pois nos faltam vocabulário e conhecimento bastante para tanto.

O simples fato de existir uma inteligência cuja existência sempre foi e que precede e supera o próprio tempo sendo comum a todas as dimensões nos perturba a lógica e a razão.

Somente através dos sonhos e da poesia podemos nos aproximar de uma ideia maior de Deus do que o que cabe no texto bíblico.

É preciso que os que veem Deus na Bíblia transcendam tais conceitos. O Deus Amor apregoado por Jesus como sendo um Pai generoso que nos auxilia e sustenta a todo tempo se aproxima, e talvez, até encerre a verdade.

Porém, para nossa felicidade, Deus é um desafio que se afasta ao passo que nossa inteligência cresce e que se aproxima quando nosso coração se agiganta. Fazer o quê ante tal paradoxo? Aceitar, talvez seja irracional, mas dentro do que não sabemos possa ser, de modo incongruente a única coisa lógica a fazer.

Está escrito.