BEIJA-FLOR ESPARTANO

Observei num domingo, sentado sob o pergolado,

o comportamento de um beija-flor junto ao bebedouro que lá coloquei.

Todas as manhas a agua é renovada,

numa quantidade muito acima do consumo semanal do beija-flor,

Percebi que ele afugentava todos que ali vinham beber,

e após fazer isso, pousava num lugar alto,

onde poderia ficar na guarda do bebedouro.

Me dei conta,

do quão semelhante o comportamento de nosso protagonista,

é ao do homem.

Ele dispende de muita energia, para proteger algo que ele não irá consumir,

Somado a tensão, e ao confronto por algo que terá em abundância no dia seguinte.

Nosso amiguinho acredita que a defesa daquele bem, trará segurança,

Mas, o que não comentei, é que havia um outro tipo de pássaro,

que usufrui do bebedouro, uma outra qualidade,

e para minha surpresa, se colocava num outro ponto estratégico,

ao suposto "juiz supremo" do bebedouro,

e todas as vezes que saia para afugentar o inimigo visto por ele,

este outro pássaro se deliciava com a água adocicada.

Como o "Juiz", não o via, ele não existia, e isso gerava no mesmo,

a sensação de estar seguro.

Conclui que passamos a vida, num enfrentamento, buscando preservar a todo custo, algo que acreditamos ser limitado, nos estressamos e confrontamos, para garantir nossa gota diária. Sem percebermos, o universo cria maneiras além da capacidade de enxergarmos, para equilibrar todo ato de egoísmo, pois sempre haverá gotas suficientes a todos.

RRSabioni
Enviado por RRSabioni em 04/10/2021
Reeditado em 21/12/2021
Código do texto: T7356218
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