Sem ismos

Hoje acordei sem saber o que sou...

Não sei se sou homem feminista, anti-feminista, machista, anti-machista, comunista, neoliberalista ou simplesmente egoista.

Ofensas chegam a todos, de todos os lados.

Ataques e contra-ataques.

Me incomoda o caminho que seguimos. Tanto o até aqui, como o que se apresenta como lição a ser aprendida.

Não me convence a ideia de que um "ismo" corrige o outro...a imposição de um conceito, se justifica para eliminar outro.

A polarização ocorre, mas nem por isso é saudável ou justa.

Qual a diferença conceitual de bom ou ruim, entre machismo e feminismo, comunismo ou liberalismo?

Hoje um pode ser aceito em detrimento de outro, como "valor" humanitária e socialmente correto, mas não podemos esquecer que um dia esse outro foi aceito sob essas mesmas bases.

Imaginemos se estivéssemos hoje sob forte domínio de (pré) conceitos e valores feministas, nas mesmas proporções e distorções que se mostra o machismo.

Ambos podem ser ruins e a história nos mostra que o são e têm tudo para continuarem sendo.

Melhor se aceitássemos o igualismo e o amorismo, mas o primeiro é incompatível com a condição humana e o segundo é utopia, muito difundida em poemas e cartilhas de humanidades, mas não inserida nos "ismos" que vimos adotando desde sempre e projetamos para o futuro (pelo menos, a médio prazo). Nem mesmo o cristianismo conseguiu, até hoje, efetivar o utópico amorismo.

Buscamos e realçamos as diferenças, com bandeiras falsas de igualismo. Chegamos a impô-las com "ismos" cada vez mais fortes.