Depressão II
A vida perde todo o sentido
Como viver o que nunca foi vivido.
A ansiedade por algo que nem sabemos
O medo de perder o que na verdade já perdemos...
A essência da pureza perdida em algum ponto
O está despreparado já estando pronto.
A audácia de se desafiar o adormecido
Folheando o que devidamente foi esquecido...
Um blues contradito pelo sorriso de quem canta
Um cobertor de sete palmos em uma nova cama...
A solidão que já não assusta meus dias
E que a noite é minha única companhia.
Projetos , sonhos, desejos e fantasias
Delírios do alcool, drogas e agonia.
Passageiro de um bonde chamado vida
Eu vou andando numa disputada corrida.
Os passos são meus, o caminhar não
No acostamento da labuta sigo na contra mão.
Ah! Tô tão cansado... Cansado de tudo
Eu quero gritar, mas meu grito é surdo!
Não tenho medo de nada o que me cerca
Mas uso a coragem na hora certa...
Meus filhos, o bater do meu coração
Já não cabem mais em minhas mãos.
Aí o sentido só diminui
Quero largar, mas já estou pregado na cruz.
A voz de Janis Joplin me visita em silêncio
Sinto o cheiro da fumaça, mas não vejo o incêndio!!!
Hilária a minha dor, sorriu para ela
Pisco o olho, num sinal de paquera...
Sigo direto pro leito e me ajeito no esquecido
Sorrindo, eu choro calado, para não acordar a dor que estou sentindo!
Ubiratã Pinto