PENSANDO SOBRE OS PENSADORES

Se fizéssemos uma vasta incursão colecionando os pensamentos registrados na história pelos grandes Pensadores, seria uma eficiente jornada para uma ampla e diversificada evolução do nosso conhecimento. Para este texto, especificamente, vamos anotar um provérbio:

Provérbio Árabe

Há quatro tipos de homens:

O que não sabe, e não sabe que não sabe.

É um tolo. Evite-o.

O que não sabe, e sabe que não sabe.

É um simplório. Ensine-o.

O que sabe, e não sabe que sabe.

É um adormecido. Desperte-o.

O que sabe, e sabe que sabe.

É um sábio. Siga-o.

O problema maior está, é claro, na primeira classificação, pois o sujeito que não sabe, e não sabe que não sabe, praticamente impossibilita um eficiente relacionamento, pois nessa mente não entra e não sai nada, numa eventual tentativa de troca de ideias, o que deve ter inspirado a sugestão para que seja evitado, talvez para não haver perda de tempo.

Teoricamente, a evolução deveria conferir a todos os seres humanos uma constante progressão, aprimorando continuamente a capacidade cognitiva das pessoas, de acordo com as suas respectivas potencialidades. Mas, não é o que se observa na realidade, talvez em função exatamente da diferenciação dessas potencialidades, que estão inseridas na natureza de cada indivíduo, como uma propriedade imanente, que independe da ação humana, limitando a capacidade de absorção dos conhecimentos e a sua integração ao seu patrimônio cognitivo. Como um atestado dessa peculiaridade, podemos observar que em uma turma de alunos, as notas nas provas não são iguais, e os ensinamentos são os mesmos para todos eles e provenientes da mesma fonte.

Contudo, essas diferenças não devem fomentar discriminações, exigindo a compreensão daqueles que têm mais, para com os menos favorecidos pela natureza, priorizando a qualidade do convívio social, em benefício de todos, onde quem tem, dá o que tem, pois quem não tem, não pode dar o que não tem.

Até aqui estamos nos mantendo apenas na esfera do conhecimento, mas o cenário fica bem mais complexo se fizermos uma associação da cognição com o caráter das pessoas, definido na observação dos valores éticos e morais, que se manifesta nas ideias, nas atitudes, no comportamento e nas ações efetivas diante de todas as circunstâncias.

Evidentemente, numa avaliação mais rigorosa, adotando uma “peneira fina”, não passa ninguém, pois como está escrito, “não há um justo sequer”. Por isso, quando Cristo disse que quem não tivesse pecado, que atirasse a primeira pedra em Madalena, ninguém o fez. Entretanto, há uma variação muito grande na escala dos transgressores dos valores éticos e morais, desde pequenos desvios, até ações que envergonham a própria natureza humana.

Com efeito, a humanidade, como um todo, é decadente desde os seus primórdios. Nota-se que essa decadência é progressiva e atualiza os seus métodos, acompanhando a evolução geral, e que ela acelera o seu desenvolvimento nessa evolução. Nos países mais desenvolvidos a decadência é mais sutil, mais refinada, enquanto nos países subdesenvolvidos ela é mais explícita, mais grosseira, com características mais cruéis e mais impactantes, como no Brasil, por exemplo. A história da humanidade, até onde se possa alcançar os seus vestígios, em todos os segmentos da sua atuação, é uma vergonha para a minoria que procura exercitar os valores éticos e morais. Essa situação é permanente, imutável e irreversível em termos coletivos, cabendo, exclusivamente, a cada indivíduo, (pessoalmente), a responsabilidade pela sua participação nas ideias, nas atitudes e nas ações concretas que praticou na sua vida. A individualidade está expressa no Universo, onde tudo é UM. O Trigo é um e o Joio é um, e eles não se misturam, jamais.

Tendo em vista a permanência, a imutabilidade e a irreversibilidade da situação engendrada pela própria humanidade, cabe aos indivíduos não perder tempo, “enxugando gelo”, na eterna discussão sobre as óbvias circunstâncias, pois não há como promover alterações na coletividade, através de uma compulsória equalização individual, senão através da força e da severa privação das liberdades individuais, como na China, por exemplo. Melhor examinar-se interiormente e avaliar a si próprio no Tribunal da Consciência, quanto à natureza das suas obras, sempre tomando o “remédio” que se costuma receitar para os outros indivíduos. A qualidade individual se reflete na qualidade coletiva, e isso nos expõe a nossa realidade...

Edgar Alexandroni
Enviado por Edgar Alexandroni em 12/11/2021
Código do texto: T7384244
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