I-VI Jaezes de vida e morte

No instante em que aqui piso sinto fome,

é como tanto impedem-me de prosseguir.

Acredito em infinitos contextos de vida, mas nesta página já não há o que eu não tenha dito ou vivido.

Tenho debruçado-me sobre diferentes mesas, ainda vindo de romances sem quem me queira.

É que a ambição pela vida é grande, sermos um do outro é só o mínimo para sermos amantes.

Repulsa-me a forma que me ouço, e não me quero calado.

Escuto-me para não ser você quem escuta.

Inconsistência é um presente dado-me de graça para que a esperança nada faça.

Sou, mais uma vez, subestimado por quem superestimo.

O amanhã dos positivos vem fazendo deles apaixonados, e, como piada, mortos pelo acaso.

Sua loucura combina com minha escrita, sua agonia com minha vida.

E que sentimentos são estes que escrevo sem existir? Há, aqui, muito por ti.

Estou certo que esperando por mim estás, pois é sempre minha vez de falar.

E como qualquer outro erro, durmo, sem que eu algo diga, pois para mim és mais uma besteira da vida.

Vida que de nada adianta tirar-me, pois me enlouqueço como quem vive de arte.

Murilo Porfírio
Enviado por Murilo Porfírio em 23/11/2021
Reeditado em 08/05/2022
Código do texto: T7392540
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