O simulacro do segundo que se perde e a martirização do segundo seguinte
Acordei não muito bem hoje
O fôlego que faltava
O estômago que embrulhava
O pensamento que atormentava
Era só mais uma manhã de segunda-feira.
Três gotinhas de arsenicum album e tudo mudou, parecia que estava tomando felix felicis.
Instantes depois, e agora já conseguindo respirar, parei para analisar o motivo e entender o que estava acontecendo que me fazia embargar o choro, como se os sentimentos estivessem explodindo em mim.
Sensações instantâneas de alívio, mas que agora já estavam mescladas com a incerteza do tempo.
Quantos segundos se perdem, quando o medo te encurrala?
Quantos segundos se perdem, quando não se tem coragem de olhar depois da barreira?
Quantos segundos se perdem ou quantos ainda irão se perder diante do cenário que não se consegue mudar, seja por ausência de força, mas com muito querer, ou por sentimento de insuficiência do que si é, mas que é mascarado por aquele medo antigo de sentir que se for, vai doer?
Este é sem dúvidas, o simulacro do segundo que se perde e a martirização do segundo seguinte.
Porque saber que o milésimo de segundo poderia fazer a diferença, te faz viver o falso do antigo e martirizar a ilusão do futuro.