Um Só Pensamento

Professores Doutores das universidades públicas são Pesquisadores em Potencial. Eles não têm formação pedagógica. Isso implica na queda da qualidade das aulas, com as quais muitos acadêmicos acabam se decepcionando ao ingressar numa UP (universidade pública) e, do primeiro dia ao fim do semestre, eles vão perdendo, em modo gradativo, seu interesse em continuar estudando.

Fui ouvinte numa famosinha universidade aqui em SP, tida como a maior da América Latina. Maior em extensão e tamanho, ok? Não necessariamente melhor. (Bicho, eu carrego uma mágoa daqueles Professores Doudores de Letras, ARROGANTES, ESTRELINHAS, ELITISTAS, e seu mundinho fechado, seu circuito-fechado-à-realidade-externa). Fui ouvinte em 2010 e 2015. Repeti meu erro – porque minhas esperanças eram as de conseguir uma vaga na pós stricto sensu. Mas não: com o passar do tempo, a duplinha maligna (não posso citar seus nomes nem apelidos porque não quero nem irei sofrer represália, ok?), sem(i)ótica (isto é, com visão parcialíssima da realidade, pois fechada à realidade extra-muros da universidade, outrora, para mim, um sonho possível...), retomo o que eu dizia, a duplinha maligna foi deixando transparecer seu real intento: angariar ceguidores (cegos seguidores, percebe?), obtendo quorum e, assim, engrossando o seu caldo do mal.

E, sem mais me estender, professo minha fé no fim desse sistema universitário teórico, capenga, antipedagógico, ilógico, amalgamado na manutenção de um conhecimento pseudo-útil e que só serve a uma "seleta" parcela de "estudantes" (a tal da "elite" universitária) que, seja ele público ou privado, não irá perdurar dentro de uma década ou, mais tardar, duas. Sabe por quê? Porque há um descontentamento enorme de jovens que não aceitam mais serem enganados quanto à aquisição do conhecimento. Falso conhecimento esse, por sinal. A turma está abrindo os olhos e procurando vagas em sistemas com melhores ofertas de ensino (na modalidade EAD, por exemplo), centrado no aluno, na aprendizagem, não no professor como "detentor do conhecimento".

Não é novidade nenhuma que eu sou professor de Língua Portuguesa e Literatura – há mais de duas décadas. Conheço muito bem o sistema brasileiro de "educação" e atesto sua paralisia notória. A gente empurra conteúdo inútil na mente de nossos despreparados alunos/estudantes, por obrigação mesmo, porque, a despeito de concordarmos com isso ou não, precisamos do nosso ganha-pão (eu já falei disso em "Educação Brasileira?", um texto meu recente, publicado aqui também).

Ou as universidades (públicas e privadas) começam a atender as reais demandas do mercado, bem como da realidade humana, social mesmo, ou irão definhar à mais extrema miséria, em um beco sem saída. Provando de seu próprio veneno. Felizmente (para quem realmente deseja aprender algo útil nessa vida) essa via de extinção já está sendo pavimentada. É só acompanharmos os relatos de estudantes que têm abandonado a universidade. E que quando ela tiver deixado de existir, bem... Terá ido tarde!