ESTARÍAMOS, DE FATO, PREOCUPADOS COM AS NOSSAS CRIANÇAS?

Pensamento/Opinião

Hoje fizemos uma Audiência pública sobre VACINAÇÃO de crianças para COVID19.

Eu não opino aqui sobre a audiência em si.

Entendo que numa DEMOCRACIA legítima, todos nós temos o direito ao interesse de nos reunirmos para discutir, explicar, perguntar e questionar, embora entenda que o assunto demande por opiniões técnicas que já foram proferidas aqui e no mundo, por estudiosos consagrados.

Mas há os que temem.

Afinal há quem, por medo de agulha, desaba antes da picada.

É legítimo sentir medo do novo, do que se desconhece.

Mas aqui eu levanto algo que me inquieta e FAZ TEMPO:

Por que não fazemos as mesmas audiências públicas emergenciais para discutirmos a situação social deplorável, já em grande parte, das nossas crianças?

Da nossa INFÂNCIA abandonada há DÉCADAS, que agoniza sem perspectiva de futuro?

Por que não discutimos as tristes condições das crianças nas ruas, nas habitações de riscos iminentes, sob tendas nas moradias das calçadas, já em batalhões pelos semáforos das grandes cidades; por que não fazemos audiências públicas emergenciais para a ausência escolar das crianças e da evasão em massa dos adolescentes; audiências públicas emergenciais para discutirmos soluções para o analfabetismo real e funcional, para a drogadição, para a prostituição( há Estados no país que avisam aos turistas sobre essa problemática social nas praias), para a gravidez na adolescência em epidemia por todo o país, onde a vida de duas crianças, mãe e feto- são colocadas em risco; enfim, por que não fazemos audiências públicas para o trabalho escravo, inclusive o infantil, vira e mexe mostrado nas notícias?

Cuidamos mesmo das nossas crianças?

Será?

Uma discussão pública sobre vacinar crianças, embora com SURREALIDADE das opiniões leigas no assunto, em plena Pandemia e em nome da vida, por acaso, seria um agravo às nossas crianças... JÁ TÃO AGRAVADAS!?

Ou tal é apenas uma cortina de hipocrisia política frente a um Estado que CRONICAMENTE vira as costas à base da infância desde sua estadia no ventre materno?

Não seria um paradoxo incutir um medo político a uma vacina direcionada a uma doença tão séria, num cenário de abandono total da infância que perambula pelo nosso descaso de sempre?

E em meio a mais de meio milhão de mortes?

Coloco esta questão para reflexão da lógica, não das ideologias que a ceifam.

Porque sem infância cuidada não há NAÇÃO afortunada.

O resto... é só perda de tempo da politicagem.

É o que penso.

Com todo respeito pela Cidadania.

Pensa comigo. .. Brasil.