I-XVIII Jaezes de vida e morte

Contemplando a vida,

inspirado na saúde e na doença alheia, perdi a melhor parte.

Um estrondo, desta vez trazendo alguém, que ao ver percebi ser mais de três,

fez-me faltar a disposição à civilidade.

Fingindo não ser daqui, me desmenti por tanto instruir.

Mas nada soa fatídico quando se instiga o irrealismo,

fazendo-nos crer andar sob um destino por nós escrito.

E de tantas ali, todas escolhi,

e de todas, uma ouvi o que, para mim, seria brecha para outros fins.

Bastei mentir para tornar-me convicto e uma noite ter-me contigo.

E aos tropeços ímpios diante de si, veio a ingenuidade que aos homens serve de auxílio:

Via-me tímido e pouco precavido, logo eu, quem tanto sorriu e esta noite constituiu.

Nos sabotamos, criando no erro o que nos faz sentirmos certos.

Não é mais prazeroso que o contrário, porém é mais que quando nada se faz.

E desta vez, tudo soa fatídico quando questiono meu destino:

Este que o início com incerteza esperei, e o final com convicção aguardei.

Que tenhas mais criatividade que meu fim, e faça de ti alguém sem mim.

Murilo Porfírio
Enviado por Murilo Porfírio em 10/01/2022
Reeditado em 23/09/2023
Código do texto: T7426426
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