Os modos da ficção

Se o herói não vence, não há o porque de ser chamado como tal. Não existe herói rebaixado, já que é uma perspectiva, a de não ser por não corresponder a expectativa de terceiros, não ter tudo no seu controle e etc. Já estamos envolto em uma fundamentação equivocada, dado a nossa fixação em uma das faces do ''caleidoscópio''. A ironia retrata muito bem o 'não perder a frase' só porque ela pode ser feita. A própria perspectiva é vazia, precisa reafirmar a si mesma (e como universal) para permanecer ''viva''. Portanto, a abordagem dos ''novos'' heróis é apenas estética, e não conceitual, já que adotamos premissas filosóficas para chegarmos na impotência do homem (já que o herói é uma representação do que o homem pode ser) frente a sua natureza baixa como uma constante, pois é tudo o que há, eis a falácia conceitual. Sendo assim, a ''nova'' concepção do herói, como o imitativo alto, e baixo, é o próprio erro, o de tentar subdividir e esquematizar o que seriam os heróis em escala hierárquica de aproximação com o ser humano, onde deve-se apenas adotar um vocábulo que carregue consigo o conceito que mais se adequa a toda a literatura greco-romana. Assim sendo, a conceituação da ficção em ficções e do herói em heróis trás consigo uma insuficiência conceitual por não se manter de pé diante da história da filosofia, portanto, é um artifício puramente retórico (acusando seus predecessores de as utilizarem) com grande avidez de repetir a lei dos três estados na literatura, trazendo, assim, consigo, também, o historicismo e seus inúmeros problemas. Rematando, os modos da ficção não tem força conceitual, apenas retórica e estética.

Oaj Oluap
Enviado por Oaj Oluap em 21/03/2022
Reeditado em 21/03/2022
Código do texto: T7477214
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