A bela leveza da estupidez

Não se pode negar que vivemos tempos difíceis...

Tempos como “A aurora da minha vida” que não volta mais” ...

A verdade, nesses últimos tempos, nunca foi tão desnaturada como a encontramos, mesclada a falsidades ideológicas, fantasiadas na inocente expressão de “FAKE NEWS”. Estúpidos! Pois, na verdade, nada é novo, muito menos, a notícia falseada...

Desde o início, quando os “homens” detentores do “saber” se pensavam estar à frente de seu tempo, por se encontrarem antenados com o meio técnico, científico e informacional (parafraseando Milton Santos), a sociedade global passou a vender uma imagem de “consciência” ao meio ambiente, a valorização à vida em sociedade e ao respeito ao ser humano, mesmo quando de humano não se tenha nada...

O conflito entre a Rússia e a Ucrânia remete a questões históricas de séculos passados (IX), e a processos de dominação e formação das nações envolvidas. Não seria difícil recorrer ao conhecimento histórico e geográfico para conceber a geopolítica daquele território. O que não nos cabe neste momento...

No entanto, nossa proposta é, mesmo que rapidamente, tentar refletir sobre o sentido da guerra quando o mundo clama pela paz!

Talvez a expressão mais condizente à atual realidade seria a de Thomas Hobbes: “Man is the wolf of man” (O homem é o lobo do homem).

Em épocas muito remotas, quando ainda não existia a propriedade privada, e o sentido de civilidade inexistia, a guerra passou a fazer sentido ao avanço da formação do Estado, às formações de territórios, à formação das sociedades, aos avanços tecnológicos, à construção da cultura, à formação da identidade, ao sentido de Nação e porque também não dizer, mesmo que seja por outro olhar, à busca pela paz!

Nesse escopo temporal estamos falando de, aproximadamente, algo em torno a 5.000 a.C. E aí vem a pergunta: O que mudou entre um tempo remoto, inexistente em tecnologia cibernética e o tempo contemporâneo, onde o nada e o tudo parece ter, às vezes, o mesmo sentido na vida das pessoas?

A sensibilidade nos diz que o antigo não é, necessariamente, retrógrado; nem tampouco o contemporâneo é moderno e progressista. Mas, de fato, nos dias atuais, ser retrógrado ou moderno (progressista), não parece estar vinculado à mudança de atitude, visto que ambos possuem discursos diferentes para a consecução das mesmas ações por olhares distintos, por assim dizer, ideológicos.

À busca pelo poder, levaram os homens à estupidez, e a guerra tem demonstrado ao longo do tempo que suas ações são justificáveis, quer seja para retomar o que se perdeu e/ou para ocupar o que se deseja ter.

São formas simples de dizer que a estupidez nunca se afastou da “racionalidade” humana, com uma suave leveza de uma razão distorcida.

Recife, 22 de março de 2022

Luiz Carlos Serpa

Luiz Carlos Serpa
Enviado por Luiz Carlos Serpa em 22/03/2022
Código do texto: T7478717
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.