Permissão

No encanto dos seus olhos vi poesia. No esplendor do fim, encontrei uma brisa de inspiração para começar a escrever no intervalo noturno. Quase desanimada toquei a linha que liga as estrelas ao luar. Ali me encontrei enamorada mesmo com todos os desafios. A luta é sagrada, as marcas encontradas no corpo espiritual só podem perceber outras almas que ficaram sem palavras. Com a língua cortada já não me detinham mais. Louca por desvendar o próximo, não me contentava também em ter as mãos cortadas pelo fio da navalha. Fiz de tudo para merecer tal castigo? Já purgava uma secreção incolor, não tinha cheiro, mas incomodava para sair do lugar. Pelejava na cegueira da ilusão de achar que sabia a verdade. Pura mentira, ainda conseguia com muito esforço, na trajetória, arrancar um up das mentes. Não poderia ser falsidade, entregava com toda sinceridade do fundo das entranhas. Visualizava uma criança, já era o bastante para ir além das minhas forças humanas. Encontrei miséria misturada com resíduos de pureza. Não permitia me derrotar esse foi o dia em que dei a mão ao inimigo, mesmo sabendo da sua astúcia me fiz de vítima. Estranho meio fugaz de fechar brechas, mas era única saída que encontrei. O amor foi bem mais forte do que o orgulho. Me submeti acostumada em não me arrepender do que faço. Fechei os olhos e debrucei em uma oração me entreguei totalmente deleitando de resignação por ter abraçado uma das causas, mais desafiadoras do mundo. "Amar teu inimigo como a ti mesmo". Sendo assim descobri o verdadeiro significado da redenção!! No mesmo instante o céu e o inferno como um momento de trégua, tiveram nem que seja por um curto prazo uma permissão de paz. Descobrindo em meio ao horror a mais bela criatura que por motivos indescritíveis se revelou.

Juliana Amorim Alves
Enviado por Juliana Amorim Alves em 29/05/2022
Código do texto: T7526603
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