RACISTA, EU?!?

“Eu não sou racista, tenho até amigos pretos!”

“Eu adoro mulher preta!”

“Mulher preta é quente!”

“Para que tratar preto diferente, com cota? A pessoa tem que se esforçar!”

“Preto tem preconceito com preto!”

“Você é uma preta de alma branca!”

“Por que você não solta esses cachos?”

“Por que você não corta esse cabelo? Assim nunca conseguirá emprego!”

Essa ação não tem como pedir ao outro empatia, respeito ou consciência humana.

Na realidade, para a pessoa saber o que é ser preto na sociedade sutil e veladamente racista, é preciso nascer preto, crescer preto, ser educado como preto.

Ser revistado pela polícia como preto.

Ser olhado com desconfiança, no ponto de ônibus, como preto.

Ser confundido com um bandido em uma joalheria, por ser preto.

Ser acusado de ter roubado o próprio carro, como se preto não pudesse ter um carro.

Gostar de uma pessoa e ser impedido de ficar com ela porque a família é contra a pessoa namorar um preto.

Perder a vaga de emprego, mesmo com todas as qualificações exigidas, para um cidadão branco sem experiência e qualificação, por ter o cabelo natural e black power.

Não ter direito de defesa por ser preto, e perder a vida por isso.

E ouvir das outras pessoas para deixar de mimimi, que você tem que se esforçar como qualquer outra pessoa, que você é racista com a própria raça, que você é preto de alma branca, e que a pessoa ficaria com você por ser quente e não pelo ser humano incrível que você é.

Aí sim, depois de viver tudo isso e sobreviver, eu acreditarei que você não é racista.

Roberta Souza
Enviado por Roberta Souza em 04/06/2022
Reeditado em 04/06/2022
Código do texto: T7530392
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