Bruma do asfalto
Em meio ao caos cotidiano, lidando com as tarefas da vida
O ego que possuo em meu âmago me faz galgar paralelamente à outras realidades
Tão absorto em concluir as tarefas e findar outro dia
Me sinto abstraído da necessidade alheia na sociedade.
Ignóbil é a visão que a grande maioria de nós alude à aquelas sombras na penumbra
Sem sequer reconhecer a luta e a mazela que abate os coitados
Nos desviamos de seus caminhos como para salvaguardar a nossa pura energia
Seria isso simples e vil egoísmo ou um ato de autopreservação?
Não seria já o tempo de lutar para transformar aquela silhueta puída em algo outrora sagrado?
Pois a vida humana, essa passageira aventura, pode tornar-se sim um austero calvário
O ultimo passo para pular deste precipício, frequentemente, seja ele por desespero ou medo
É realizado através do maldito calhau sendo incendiado e inalado.
O olhar anuviado se distancia da boa-venturança
Deturpando propósitos, derrubando sonhos, matando a esperança
As pobres almas açoitadas pela desgraça entorpecente, perdem-se num redemoinho de devastação
Fazendo o presente se tornar um umbral vívido pelo corpo além da alma, pedindo socorro, implorando salvação.
Sobra à aqueles que se dão o trabalho de forçar a vista à luz do luar
Reconhecer, compreender e agir mais do que apenas rezar
Mesmo que humilde e simplório, qualquer auxílio realizado é bendito é abençoado
Pois toda a ação altruísta realizada por qualquer figura, pode ser a diferença entre um travesseiro e a ponta de uma adaga.