Bruma do asfalto

Em meio ao caos cotidiano, lidando com as tarefas da vida

O ego que possuo em meu âmago me faz galgar paralelamente à outras realidades

Tão absorto em concluir as tarefas e findar outro dia

Me sinto abstraído da necessidade alheia na sociedade.

Ignóbil é a visão que a grande maioria de nós alude à aquelas sombras na penumbra

Sem sequer reconhecer a luta e a mazela que abate os coitados

Nos desviamos de seus caminhos como para salvaguardar a nossa pura energia

Seria isso simples e vil egoísmo ou um ato de autopreservação?

Não seria já o tempo de lutar para transformar aquela silhueta puída em algo outrora sagrado?

Pois a vida humana, essa passageira aventura, pode tornar-se sim um austero calvário

O ultimo passo para pular deste precipício, frequentemente, seja ele por desespero ou medo

É realizado através do maldito calhau sendo incendiado e inalado.

O olhar anuviado se distancia da boa-venturança

Deturpando propósitos, derrubando sonhos, matando a esperança

As pobres almas açoitadas pela desgraça entorpecente, perdem-se num redemoinho de devastação

Fazendo o presente se tornar um umbral vívido pelo corpo além da alma, pedindo socorro, implorando salvação.

Sobra à aqueles que se dão o trabalho de forçar a vista à luz do luar

Reconhecer, compreender e agir mais do que apenas rezar

Mesmo que humilde e simplório, qualquer auxílio realizado é bendito é abençoado

Pois toda a ação altruísta realizada por qualquer figura, pode ser a diferença entre um travesseiro e a ponta de uma adaga.

Henrique Gellerth
Enviado por Henrique Gellerth em 21/06/2022
Código do texto: T7542823
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