Momentos sem poesia...
Tantos dias sem escrever. Dúvidas! Receio do mundo lá fora. É violência, fome, morte! Desrespeito até no nascimento de inocentes. É guerra! É abuso de autoridade e pessoas machucadas, pedindo justiça. É a natureza em chamas, em um mundo de horrores. Mortes não justificadas, de pessoas que tinham sonhos. Impossível voltar-se para si, deixando para trás tantos gritos. Eu os ouço, sem que eles saibam de mim. Não há espaço para mais nada, a não ser ajoelhar-se em prece. São tempos de desesperança! São tempos de arruaça. Não há mais aquela confiança na mudança. O canto já não é livre. O violão foi substituido pela violência. Ao invés da discussão, virou um palco de tiros, onde a vida vale cada vez menos. Todos os dias, mortes sem explicação, e famílias inteiras despedaças. Temo pela vida, daqueles que ainda acreditam que tudo pode mudar. Eu não creio! Sinto minha esperança acorrentada. No lugar dos sonsos, estão os que aderiram a mentira, e também a crueldade. Sinto muito por esta tragédia anunciada. Sinto muito por todos nós!