exausta demais de tudo

exausta demais para continuar tentando.

exausta demais até mesmo para existir em minha vida tão insignificante. a minha vida anda tão confusa quanto as guerras mundiais, que ninguém sabe ao certo qual a razão estúpida para terem começado. tão desesperadamente estática quando a estátua de o pensador, de rondin. tão exorbitantemente melancólica quanto a vida do planeta plutão, após ter sido expulso do sistema solar.

tá tudo um pouco diferente mesmo, metáforas à parte. e já faz um tempo que tudo está confuso e bagunçado aqui dentro de mim. eu só consigo ver a indecisão que ronda o meu peito.

o tempo tem passado por mim e eu o tenho deixado escorrer por minhas mãos.

não sei o que fazer com a minha vida. não sei o que fazer comigo.

eu vou escrevendo por linhas tortas, com uns garranchos ilegíveis, em uma leitura que para muitos nada significa. mas que é tudo o que sou. tudo o que posso oferecer. trocadilhos ou não, meu cansaço exacerbado se prova em não mais ocupar lugares que não me cabem. eu já não sei mais onde realmente é meu lugar.

deito para descansar e minha cama parece que encolheu. a minha mente não para. os meus pensamentos parecem que estão numa maratona de 400 metros com obstáculos. há um turbilhão de perguntas que eu não sei sequer uma única resposta. deito às três da manhã e às seis da manhã preciso levantar porque, óbvio, preciso trabalhar. noites em claro são minhas companheiras. é na madrugada que os meus divertidamentes decidem que é hora de tomar café comigo. é claro que não dormir para pensar nunca traz qualquer resposta, apenas lágrimas abafadas em um choro sufocado pelo travesseiro de todo o caos que ainda habita em mim.

ando tão confusa que confesso que nem sei mais se é realmente possível eu ser racional. ando tão sozinha, afastada de todo mundo, que não sei mais se consigo ser sociável. eu tenho lutado para manter minha sanidade mental – mas qual mesmo? se eu sempre só disfarcei estar bem.

eu estou fraca demais. quero descansar um pouco, tentar fechar meus olhos e não pensar em nada. apenas dormir.

eu não existo mais aqui.

eu não estou bem.

tudo o que sou agora é o que restou de mim.

Belinda Oliver
Enviado por Belinda Oliver em 20/07/2022
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