Solitude, amiga solitude!

Para mim ficou mais fácil lidar com a solidão do que com as pessoas.

Ela passou a ser solitude!

Eu não tenho a companhia das pessoas, mas também não tenho suas confusões, suas bagagens incertas, sua desavenças internas, etc.

É só eu, com as minha incertezas, meus flagelos, meus desenganos, meu próprio caos, e lidar só com o que me pertence parece deixar minha vida mais leve.

Talvez isso soe um tanto egoísta, mas no fim é tudo sobre a gente, desde a hora em que nascemos até a hora de partimos, partiremos sozinhos, cada um vai terminar sua jornada individualmente. Corremos tanto em direção aos outros, tentamos a todo custo encaixar nossas vidas a de outras pessoas e por mais que consigamos isso, cada um terá de viver o resto da eternidade no seu próprio tumulo, sozinho.

A solidão quando não apreciada causa pânico, sensação de incapacidade, de infelicidade... De onde vem essa necessidade de vivermos acompanhados, ou que tipos de seres somos que não conseguimos apreciar nossa própria companhia?

Por que queremos tanto ouvir os outros?

Por que ignoramos o que nós mesmos temos a dizer?

Eu nunca mais fiquei sozinha de verdade depois que passei a ouvir a voz que tem dentro da minha cabeça, conversamos por horas, eu escuto o que ela tem a dizer como uma mãe que presta atenção ao choro do seu bebê para entender o porquê daquele choro. As vezes ela me faz perguntas difíceis, e as vezes as respostas também.