4 FOLHAS COM CHEIRO DOCE E DE TANGERINA

E se eu dissesse que te amo?

E se, e se simplesmente eu fosse o tipo de pessoa que não precisa te conhecer pessoalmente para dizer-te isso?

O tipo de pessoa que prefere criar as expectativas por si só e acreditar tanto naquilo e se tornar o seu dia-a-dia.

Ainda não conheço-te, mas porra já amo-te tanto, tanto.

Quando eu disse-te que já nos vimos, realmente já, na minha mente lunática com a capacidade de facilmente criar momentos, e fica parecendo que já nos conhecemos há bastante tempo.

É suposto eu conhecer-te tanto como conheço em tão pouco tempo?

Estou a pensar em levar-te flores no primeiro dia que a gente encontrar-se, mas e aí? E se não for agradável para ti? Ou se for?

O que estou eu criando com o meu cérebro?

Já desenhei-nos em todos os contos de fadas, fodas e os reais.

A minha mente criou quartos e dividiu-te em mil partes, se uma se for as partes dos outros quartos reaparecem.

É loucura eu sei.

Mas, e se isso for apenas coisa da minha mente, a criar as mesmas manobras que cria sempre, me fazendo criar ilusão e não existir mesmo nada do que eu sinta que sentes por mim, por nós.

Por nós, nós todas que ocupamos esse corpo, essa mente, essa rotina. Nós que te amamos em proporções inimagináveis. Nós que escrevemos e que é confuso, pois a Íris é cheia de esperanças, e a Maria é a Maria.

Com medos, anseios, traumas, confusão e instabilidade emocional.

Ou não? Talvez a Maria seja a Íris e a Maria em simultâneo.

E se, e se eu disser que te amo com toda a minha alma, com toda a imensidão presente na minha alma e nos meus dias, atentados e atordoados.

Na noite anterior voltei a sonhar contigo, com um sorriso totalmente embaraçoso, enquanto solto no meio do beijo.

O teu cheiro pairava por todo o lado, na minha mente e em volta de mim.

Cheiro doce, com um toque de tangerina, os teus olhos arregalados para mim, enquanto olhas fixamente para mim, na esperança que eu desista de observar-te.

Pareces um íman, me prendes à ti em forma de metal, não consigo parar de olhar para ti, como se os nossos corpos quisessem ter uma conversa mais íntima.

É nesse momento que acordo e volto para a realidade, para as incertezas de ser ou não real. Preciso de um clonazepam, para poder dormir mais e viver o nosso nós, da melhor maneira possível.

Pensamentos sádicos e cheios de tesão

Quando escrevo para ti, a minha mente entra em exaustão, uma mistura de ânsia e tensão.

Frio na barriga, lábios secos, e mãos suadas.

Como se o mundo estivesse pegando fogo e não tivesse mais saídas.

Apago a lâmpada, e quando a acendo, já não estás por aqui.

Será coisa da minha cabeça, ou realmente passaste.

Me colocas sempre em posição de alerta, não quero perder nada, não posso perder-te daqui.

Que seja na lua, no céu, nos espaço sideral, em que não posso ter controlo de mim, vivendo apenas como um contraste.

Cego-me de emoção em ouvir a mansidão da tua voz

A leveza das tuas palavras ao mesmo tempo num tom veloz

A saliência criada nas tuas bochechas quando te ris.

A repetição da palavra "Trágico", mesmo quando sou eu, a tua não tragédia, não a Maria, a Íris.

Ou não...

Maria Gregório

16.09.2022

Sexta-Feira, 15:00PM

MGregório
Enviado por MGregório em 16/09/2022
Código do texto: T7607122
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