Vagando na escuridão.

Quando eu era um zumbi, vagando alienado, pela vida fustigado, sem rumo, cego em meus devaneios, choros, tristezas, desespero, prisão.

Tudo era escuro, na masmora em que eu vivia, esperança era algo que até então, desconhecia.

A vida vivida sem cor, sem luz, sem amor, trás a vontade de partir, sumir, subsistir, mas como é possível sair?

Estava presa, enjaulada, dentro de mim mesma, não via, não sentia, não vivia, muito menos reconhecia aquele ser que dominava meu corpo enquanto presa na escuridão, sabia que a cada passo dado, minha vida ruia.

Talvez tudo pelo que passei fosse necessário para que meu verdadeiro eu tirasse forças das minhas entranhas para renascer das cinzas da própria desgraça, na tentativa de refazer sua vida diferente do rumo que havia tomado.

Somos vítimas do meio ao qual fomos inseridos, uma vez indefesos entregues aos caprichos e desejos daqueles que nos acolhem ficamos perdidos e à mercê, muitas vezes sem saber o que fazer.

Mas, sempre chega uma hora que o grito de independência é acionado na tentativa de encontrar aqui mesmo a nossa liberdade, podendo caminhar pelas estradas que eu mesmo escolhi, podendo me afastar de um por um, cada vez que suas máscaras caem expondo suas verdadeiras essências, que quando é revelada, não há mais nada o que esconder, cabe a cada um de nós escolher quem segue com você, ou se despedir dequeles que tem uma energia contrária a sua.

Desses a minha gratidão, foram instrumentos para minha evolução.

São poucos nessa momento de guerra que sobrevivem ao nosso lado, geralmente essa caminhada até a linha de chegada é assustadora e solitária.

Assim falei com muito amor

Gratidão.

Fatima Sansone
Enviado por Fatima Sansone em 23/11/2022
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