“ CEDO “

“ CEDO “

Cedo para perceber da aurora não contemplar

o alvorecer e o revelar das cores e o viçoso brilho no enverdecer de todo plantio ou

tarde ainda para que sintas o desejo de repousar e dar a teu corpo descanso

Cedo por não desejares lutar contra a altivez

de tua perspicaz e audaciosa mente que tão audaciosamente eleva o espírito em

inquietude a desejar-te teso tendo

erguida a pena sem que te venhas

debruçar se quer sobre a escrivaninha

Rende-te tu ou compreendes entendendo

por propósito ou cedes por apaixonar-se

em cada um destes instantes em que absorto te pões a ver o mundo nuances e almas nuas diante destes olhos teus para que te venhas deleitar

Cedes aos caprichos e volúpias com que te envolves a saborear as letras tradutoras destes veios córregos dutos cujas ruidosas correntes trafegam qual termo fluir em tuas órbitas coxias dos olhos a descortinar tuas pálpebras revelando os sensitivos traços deste recôndito apogeu teu lugar

Cedes ou rende-tes por julgar não deveres lutar em árdua peleja por teu sono repouso justo contra este injusto surto que te põe fora daquele leito aconchego recanto de paz deste corpo que te abriga tão inquietamente a divagar

Cedo é e este vasto atemporal infindo paralelo mundo em que vivo entende ser muito cedo para que se derramem lágrimas e por isso cedo aos caprichos quando me me vem inspirar pois descendo desta casta poética amante daqueles que se elevam se entregam e amam o que vem despertar

Tanto de seu sono o poeta quanto dos desejos que a este se vem revelar para que componham o antídoto curador desta dor que se alastra pelo corpo se porventura do coração a voz não conseguir calar

Ceda sim ceda e viva tu poeta para que não se pereçam tantas vidas em desalento atai qual nó e estai pronto de pé e atento tendo erguia a pena encharcada até que deste amor nos venha a inundar

Ceda e nos traga amor té que entenda a vida num instante o findar da lida em que tu’alma deve descansar e te será dado o repouso sabendo que instrumento foste e o que trouxeste aqui ficará para ensinar a amar

Cedo seja sempre para ti neste eterno amanhecer e que esta inspiração te venha e a ti conceda por este bem o viço desta luz que pro teus olhos e pena traduz em plena paz e amor ao viver

Tito Trugilho, 17 de dezembro de 2022

Tito Trugilho
Enviado por Tito Trugilho em 17/12/2022
Reeditado em 17/12/2022
Código do texto: T7673626
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