VENDO E OUVINDO

A Bíblia é escrita na maior parte, com o sentido oculto por parábolas, e com muitas histórias que o Apóstolo Paulo, em suas cartas a Timóteo e a Tito, chama de fábulas e genealogias, advertindo para que não se ocupem das mesmas. O próprio Cristo adverte, que somente se expressa por meio de parábolas, para que não seja compreendido por aqueles que não deseja que entendam (Mateus 13:10 a 16)). Além disso, a Bíblia está estruturada com uma criptografia proposital, com trechos esparsos em livros diferentes, cuja compreensão exige que o leitor tenha sido contemplado com insights espirituais, os quais se escoam pelo canal da intuição, sem os quais o leitor ficará navegando pela literalidade da Bíblia, sem alcançar o seu sentido subjacente. É nessa literalidade que ficam “encalhados” os escribas e fariseus, os líderes e seguidores das denominações teológicas, que nada mais são que uma rede de supermercados da fé, cujos escribas e fariseus são mencionados sob censura por Cristo, em Mateus 23. Aqueles que são contemplados com os insights espirituais, jamais procuram desqualificar a Bíblia, mas ao contrário, passam a exibir a correta interpretação das partes que lhes foram confiadas, cumprindo a sua missão de colocá-las à disposição geral, para não enterrar os talentos recebidos, (Mateus 25:14 a 30) cuja interpretação poderá ser também alcançada por outros, que estiverem em busca do conhecimento espiritual, cuja abertura se fará, da mesma forma, através de insights espirituais, os quais ocorrem graciosa e também exclusivamente por concessão.

Com efeito, sem os insights espirituais, resta continuar estudando a Bíblia, e examinar os ensinamentos daqueles que os receberam, como por exemplo, o sapateiro alemão Jacob Boehme, o geneticista americano Francis Collins, o filósofo holandês Baruch de Espinoza, o professor inglês C. S. Lewis, o filósofo brasileiro Huberto Rohden, entre outros. Os insights são proporcionados pela Graça de Cristo, que produz o novo nascimento, e para avaliar a sua importância, basta verificar João 3:3,5.

O físico Albert Einstein disse: (Tudo está determinado, o começo e o fim, por forças sobre as quais não temos controle. É determinado para um inseto, e para uma estrela. Seres humanos, verduras ou poeira cósmica... todos nós dançamos uma música misteriosa, tocada à distância por um músico invisível”), cujas palavras ele disse numa entrevista publicada em 26 de outubro de 1929 pelo semanal americano The Saturday Evening Post. E ainda, a sua célebre frase (“Deus não joga dados”), ou seja, Ele não faz experiências que possam produzir quaisquer novidades ou imprevisões. O determinismo é absoluto, e tudo já está previamente estabelecido, da mesma forma que ocorre conosco, onde tudo está inserido na nossa natureza, que não podemos modificar.

Além dessa afirmação, Einstein disse: (“Não existe nenhum caminho lógico para a descoberta das leis do universo – o único caminho é a intuição. A religião do futuro será cósmica e transcenderá um Deus pessoal, evitando os dogmas e a teologia. Acredito no Deus de Espinoza, que se revela por si mesmo na harmonia de tudo o que existe, e não no Deus que se interessa pelo destino e pelas ações dos homens. Minha religiosidade consiste em uma humilde admiração pelo espírito infinitamente superior que se revela no pouco que nós, com nossa fraca e transitória compreensão, podemos entender da realidade”).

Como Einstein acreditava no Deus de Espinoza, vejamos quem era esse Deus. Há 342 anos, Baruch de Espinoza teve a mesma percepção de Zenão de Eléia e de Jacob Boehme, concluindo que o verdadeiro cristianismo esclarece que estamos e somos em Deus, e a encarnação não significa que Deus veio viver entre os homens, mas sim que Ele vive nos homens. Espinoza ataca duramente a teologia cristã por ter destruído essa verdade do cristianismo. Na verdade Deus se produz a Si mesmo, às coisas e ao homem, e esse modo de autoprodução é o próprio modo de produção de toda a realidade. Assim, Espinoza elimina a ideia fundamental da teologia e da filosofia cristãs, ou seja, a ideia de criação de um Deus pré-existente que tira o mundo do nada. Deus se produz e produz as coisas pelo mesmo ato, e Ele é a causa de Si mesmo e das coisas, como causa imanente e não transcendente. A sua produção não visa a fim algum, pois é o seu próprio fim, e entre esse ato de produção e o produto, não há distância a separá-los pois são uma só e mesma coisa. Em síntese, Deus se produz em Si mesmo, por Si mesmo, e para Si mesmo, pois Ele é tudo, Ele é o próprio Universo, que é imutável em si mesmo, como imutáveis são os seres humanos em sua natureza. (Eis a semelhança.)

Temos também mais um Cientista que acredita no determinismo que rege o Universo: (“Para mim, nosso passado, nosso presente e nosso futuro já estão decididos, e não há nada que possamos fazer quanto a isso”.) *Max Tegmark – Cosmólogo sueco, professor do MIT- Massachusetts Institute of Technology e diretor científico do Foundational Questions Institute.

E ainda temos outro Cientista que observou a antecipação cognitiva dos Filósofos sobre os próprios Cientistas.

Robert Jastrow, (1925-2008) – (Astrofísico Teórico americano), “Neste momento parece que a ciência nunca será capaz de erguer a cortina acerca do mistério da criação. Para o Cientista que viveu pela sua fé na força da razão, a história encerra como um sonho ruim. Ele escalou as montanhas da ignorância, vê-se prestes a conquistar o pico mais alto; à medida que se puxa a rocha final, é saudado por um bando de Filósofos que estiveram sentados ali durante séculos”.

A compatibilidade dessas ideias expostas, deverá suscitar a curiosidade das pessoas, levando-as a examiná-las com maior profundidade, pesquisando as questões, para a construção das suas próprias ideias, com a necessária confiança e solidez, mas com exceção de 66,6% (dois terços) da humanidade, que continuarão envolvidos no seu mundo das fantasias, alimentando o ego, e esquecendo-se do Eu. É oportuno observar, que dois terços correspondem exatamente ao que está disposto em Apocalipse 13:18, e não por mera coincidência, é número de homens, e não número do homem.

Portanto, sem o novo nascimento, que produz os insights espirituais, os quais se escoam pelo canal da intuição, é recomendável guardar os conceitos e convicções pessoais para si mesmo, não assumindo a responsabilidade por conceitos incoerentes e desqualificando a Bíblia, na contramão de milhões de pessoas, pela total ausência do conhecimento espiritual, mantendo suas convicções para si próprio e não expondo-as publicamente, respeitando o conhecimento e as convicções de milhões de pessoas. Talvez possamos considerar dois tipos de situações: a das pessoas que são envolvidas pelos sofismas dos mercadores da fé, ou a impossibilidade das pessoas de compreender o sentido subjacente das escrituras.

Podemos imaginar as pessoas lendo Stephen Hawking, ou a edição da Revista Super Interessante, com a matéria sobre Física Quântica, ou mesmo o pequeno texto Dez Breves Lições da Theosophia, pois a plena compreensão está condicionada ao ingresso da arrogante ciência humana, então despojada desse atributo, no âmbito da Theosophia, onde se encontra a Sabedoria Divina, potencialmente disponível para os insights espirituais.

A Virgem Sophia aguarda o interesse do Ser Humano, pelo conhecimento e pela Sabedoria, para então se apresentar quando ela desejar. A escolha é do Pai; a Graça é do Filho; o contato e a comunicação é do Espírito Santo. Não existem outras alternativas para a obtenção do conhecimento espiritual.

Mateus 13:10 a 13 – E, aproximando-se dele, os discípulos lhe perguntaram: Porque falas às multidões por meio de parábolas? Jesus lhes respondeu: Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado. Pois ao que tem, lhe será dado, e terá em abundância, mas ao que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado. Por isso falo com eles por meio de parábolas, porque vendo, não veem; e ouvindo, não ouvem nem entendem.

Edgar Alexandroni
Enviado por Edgar Alexandroni em 03/01/2023
Reeditado em 03/01/2023
Código do texto: T7685783
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