Vade retro, satanaro

Se a política é subjetiva, como querem alguns defensores da extrema-direita, eu digo que a subjetividade é uma escolha dinâmica ao longo de nossas vidas, não pode ser reduzida apenas à política.

Cito como exemplo disso, a escolha dos valores humanos individuais, que ampliam as nossas dignidades, mais especificamente, àqueles amplamente referendados pela neurociência. (Amor, compaixão, perdão, empatia, solidariedade etc,)

Esse é todo um aparato enriquecedor de nossas subjetividades, que a extrema-direita veementemente nega.

Cada pessoa julga o seu contexto sócio histórico, as suas relações pessoais, de acordo com essa subjetividade, ao longo de uma vida construída.

O profissional da psicologia, constrói as suas verdades científicas básicas, nos 5 primeiros anos de graduação e depois ao longo de suas vivências, não só profissionais.

Enquanto seres humanos, somos sujeitos condicionados e esses condicionamentos criam juízos de valor, que treinamos para que não interfiram no setting terapêutico(contra-transferência), contudo, só uma suprema ingenuidade, acredita na veracidade absoluta, dessa possibilidade.

Um juízo de valor, pré elaborado por um profissional da psicologia, precisa ser desconstruído progressivamente e não deve interferir em nada no "acolhimento", a menos que o paciente atinja "o limite" do profissional, muito bem citado no livro: "Cartas a um jovem picoterapeuta", quando Calligaris, autor do livro, recomenda que devemos respeitar os nossos limites.

O psicólogo deve impor condições a si mesmo, mantendo-se distante de valores que o reduzem enquanto ser humano, por macularem sua essência sagrada.

Violência, racismo, misoginia, eugenia, fascismo, homofobia, são desconstruções de todo o arcabouço teórico da psicologia, desde muito antes da laboratório de Leipzig de Wundt.

O bolsonarismo(extrema direita) é o principado do ódio e essa não é uma criação semântica da esquerda, é uma prática denunciada por todas as vítimas do holocausto, que essa psicopatia fez, ao longo da história.

A psicologia não é dicotômica, não lê a realidade de forma binária, a psicologia é dialética.

A "rigidez" da psicologia situa-se, para a cura, no primado do amor, que só se materializa através da flexibilidade e respeito às diferenças e às maioridades e menoridades da outra e do outro, no processo evolutivo cotidiano do "vir a ser", fenomenológico.

No Brasil, a extrema direita é responsável pelos 700 mil mortos pela covid e o genocídio dos índios yanomamis, por corrupções de toda ordem e gênero, dentre tantas outras coisas.

Isso não é "tomar partido político", quem afirma isso, tem uma intenção tendenciosa e míope, fazendo uma tentativa esquálida de reduzir à partidarização, o foco verdadeiro da questão que, resumidamente, pode ser entendida enquanto uma escolha simples entre o ódio e o amor.

A psicologia sempre escolherá o amor, quem ainda não entendeu isso, simplesmente ainda não entendeu nada.

Eu, particularmente, não respeito bolsonarentos.

Bom dia, camaradas!

Barthes.