CIDA
Eu tinha tanto medo de que você morresse
E eu acabei morrendo primeiro
Quando você envelheceu
Quando notei que esse tempo
Maldito tempo, correu!
E eu ia morrendo aos poucos
Vendo tudo se desfazendo
Nos milímetros do tempo
Eu morria
Enquanto você dormia
Enquanto o vovô nos esquecia
E o tempo
Maldito tempo
Me agredia!
Eu estou com pouca vida,
Pois vejo que a qualquer momento
Poderemos te ver despida
De vida
Eu te amo, Cida.
Hoje, amanhã
E sempre
Eternamente
Depois e enquanto em ti houver
Um restinho sequer
Da minha vida.