VOLTANDO PARA A CASA

 

 “Quando chegar a hora de voltar à sua estrela,

     poderá ser difícil dizer adeus para aquele

           mundo estranhamente lindo.

     (Frase do filme “Sempre em Frente”)

 

O céu a se fazer opaco e turvo n’àquela hora

De suas nuvens a se agregarem

E se unirem

N'aquele instante em que o dia parecia noite

Tudo tão escuro!

Indícios de forte chuva

 

 

Eis que a gota estava para ser lançada da nuvem que tanto a abrigara

Junto às suas irmãs

Momento inevitável

E lá embaixo à sua espera estava o oceano em seu leito

Pronto para recebê-la

Todavia, ela estava com medo

Ao que não queria se desprender de sua “casa”, a nuvem

 

 

E foi como surgiu o nosso interessante diálogo:

 

- Quantos anos tens?

 

- Não sei, talvez a mesma idade do tempo.

 

- E por que tanto te amedrontas?

 

- Não sei o que me espera... depois.

 

- Então, importa-te, pois, com tua vida?

 

- E quem não se importaria nest’hora?

 

- Oh! Quem te roubou os olhos de tua alma? Arma-te, pois, com a couraça da fé e nada te perturbará. E então, por que tens tanto medo? Torno-te a perguntar. Esquecestes que sois filho da Vida?

 

- É que está na hora de voltar e eu não quero. Na verdade, ninguém quer.

 

- Mas, não sabes que não poderás, de form’alguma, impedir esta “tua hora”? E será que não foi justamente para esta hora que a Vida nos colocou no mundo?

 

- O meu medo é maior que minhas forças...

 

- Então, tens os anos do infinito tempo, ao que certo dizer ser tu da mesma essência da eternidade, e ainda te angustias? Não faz o mínimo sentido este teu pavor. Chega a ser ridículo.

 

- A razão por que assim estou é que todos os filhos da vida têm medo de morrer. Um sentimento que parece que todos adquiriram à medida que o tempo passa. E, assim, nos apegamos aos nossos corpos.

 

- Oh! E acaso a morte existe da maneira como acreditas? Pense bem: se a semente se recusasse a morrer jamais daria o seu fruto. Assim como a lagarta não se tornaria uma borboleta caso não aceitasse a sua metamorfose. Não tenhas medo de “voltar”. O que ganharás será bem maior que aquilo o qual consideras como perda. Não, não tenhas medo de voltar... à sua essência. Não morrerás, eu lhe garanto. Comungarás com a Vida. Ontem fostes vapor invisível. Hoje és uma nuvem. Quando cairdes no mar decerto que não serás mais uma gota, no que perderás sua identidade. Serás um só ser... com o mar. Sim, serás, na verdade, o próprio mar. A morte não existe.

 

E eis que finalmente a gota se desprendeu da nuvem

E caiu

E com o mar... se uniu

 

 

UMA BREVE SÍNTESE:

 

De que matéria são as nuvens que não seja de su’essência... a água?

E vistas d’algum satélite eis que cobrem a atmosfera do planeta

Da água a se revelar presente n’uma de suas formas

Dela mesma a estar em toda a parte, em todo lugar

 

1603403.jpg

 

E o que são as nuvens senão gotas d’água agrupadas?

Mas, elas não podem ser somente nuvens... para sempre

E, por isso, ou caem...

Ou voltam ao seu estado gasoso e evaporado

Porém, sem nunca abandonar a sua essência

 

1603404.jpg

 

Mas, d’onde vem as nuvens que não seja de sua própria condição,

... isto é, da água?

Sim, vieram do oceano, dos lagos, dos rios...

 

 

E nest’hora eu pergunto:

Aquela gota “morreu”?

Não, de maneir’alguma

Apenas retornou para a sua casa

 

Morrer não é um findar

É, na verdade, um “retornar”

 

1603402.jpg

 

05/03/2023

 

IMAGENS: FOTOS PARTICULARES (TIRADAS POR CELULAR)

 

MÚSICA: “A PAZ É A LUZ DO AMOR” -   Lulia Dib e Marcus Viana

https://www.youtube.com/watch?v=nF9TZb9STHc

 

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SOMENTE O TEXTO:

 

VOLTANDO PARA A CASA

 

 “Quando chegar a hora de voltar à sua estrela,

     poderá ser difícil dizer adeus para aquele

           mundo estranhamente lindo.

     (Frase do filme “Sempre em Frente”)

 

O céu a se fazer opaco e turvo n’àquela hora

De suas nuvens a se agregarem

E se unirem

N'aquele instante em que o dia parecia noite

Tudo tão escuro!

Indícios de forte chuva

 

Eis que a gota estava para ser lançada da nuvem que tanto a abrigara

Junto às suas irmãs

Momento inevitável

E lá embaixo à sua espera estava o oceano em seu leito

Pronto para recebê-la

Todavia, ela estava com medo

Ao que não queria se desprender de sua “casa”, a nuvem

 

E foi como surgiu o nosso interessante diálogo:

 

- Quantos anos tens?

 

- Não sei, talvez a mesma idade do tempo.

 

- E por que tanto te amedrontas?

 

- Não sei o que me espera... depois.

 

- Então, importa-te, pois, com tua vida?

 

- E quem não se importaria nest’hora?

 

- Oh! Quem te roubou os olhos de tua alma? Arma-te, pois, com a couraça da fé e nada te perturbará. E então, por que tens tanto medo? Torno-te a perguntar. Esquecestes que sois filho da Vida?

 

- É que está na hora de voltar e eu não quero. Na verdade, ninguém quer.

 

- Mas, não sabes que não poderás, de form’alguma, impedir esta “tua hora”? E será que não foi justamente para esta hora que a Vida nos colocou no mundo?

 

- O meu medo é maior que minhas forças...

 

- Então, tens os anos do infinito tempo, ao que certo dizer ser tu da mesma essência da eternidade, e ainda te angustias? Não faz o mínimo sentido este teu pavor. Chega a ser ridículo.

 

- A razão por que assim estou é que todos os filhos da vida têm medo de morrer. Um sentimento que parece que todos adquiriram à medida que o tempo passa. E, assim, nos apegamos aos nossos corpos.

 

- Oh! E acaso a morte existe da maneira como acreditas? Pense bem: se a semente se recusasse a morrer jamais daria o seu fruto. Assim como a lagarta não se tornaria uma borboleta caso não aceitasse a sua metamorfose. Não tenhas medo de “voltar”. O que ganharás será bem maior que aquilo o qual consideras como perda. Não, não tenhas medo de voltar... à sua essência. Não morrerás, eu lhe garanto. Comungarás com a Vida. Ontem fostes vapor invisível. Hoje és uma nuvem. Quando cairdes no mar decerto que não serás mais uma gota, no que perderás sua identidade. Serás um só ser... com o mar. Sim, serás, na verdade, o próprio mar. A morte não existe.

 

E eis que finalmente a gota se desprendeu da nuvem

E caiu

E com o mar... se uniu

 

UMA BREVE SÍNTESE:

 

De que matéria são as nuvens que não seja de su’essência... a água?

E vistas d’algum satélite eis que cobrem a atmosfera do planeta

Da água a se revelar presente n’uma de suas formas

Dela mesma a estar em toda a parte, em todo lugar

 

E o que são as nuvens senão gotas d’água agrupadas?

Mas, elas não podem ser somente nuvens... para sempre

E, por isso, ou caem...

Ou voltam ao seu estado gasoso e evaporado

Porém, sem nunca abandonar a sua essência

 

Mas, d’onde vem as nuvens que não seja de sua própria condição,

... isto é, da água?

Sim, vieram do oceano, dos lagos, dos rios...

 

E nest’hora eu pergunto:

Aquela gota “morreu”?

Não, de maneir’alguma

Apenas retornou para a sua casa

 

Morrer não é um findar

É, na verdade, um “retornar”

 

05/03/2023

Estevan Hovadick
Enviado por Estevan Hovadick em 05/03/2023
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