Ricardo, um bauruense, um amor

Impecável,

no cuidado pessoal

no vestir-se

no zelo com a casa

Fidelíssimo

torcedor do Sport Club Corinthians Paulista

Grandioso

no amor sincero à sua cidade natal, Bauru

Os amigos e família sempre se aproximavam para dentro do coração de sua casa,

Às vezes também transbordava, e cantava e dançava, como por exemplo em W/Brasil (Chama o Síndico) de Jorge Ben Jor. Adorava Elis (Regina).

Num dia, sem sombra de dúvida, amaldiçoado, foram embora, de forma devastadora:

- qualidades

-jovialidade

-alegria

-a pizza tijolinho

-o carro cheio com as três Marias voltando de Sampa ao som de Summer breeze

-as caminhadas em domingos de manhã e seus conselhos tão benvindos, quanto respeito e carinho recebi.

Às tardes, a novela trazia a música de Guilherme Arantes e ela passou a significar uma ausência.

"Quando entrar setembro

E a boa nova andar nos campos

Quero ver brotar o perdão

Onde a gente plantou juntos outra vez"...

Num dia improvável porque era para ser de férias e lazer:

minha irmã e minha sobrinha perderam a proteção e fonte de amor.

Minha família por um tempo se desestruturou e adoeceu.

Meu pai repetia sem parar a pergunta que os mais velhos fazem quando alguém bem mais jovem se vai: por que não eu?

Isso faz todo ser humano se perguntar: por que?

Não há resposta que console, é uma situação sem retorno.

É verdadeiro que viveu intensamente.

Que amou muito e foi amado.

E que foi um privilégio tê-lo como família.

Na música (mais um trecho de Guilherme Arantes) não encontramos respostas, mas atingimos alguma esperança.

"Já choramos muito

Muitos se perderam no caminho

Mesmo assim, não custa inventar

Uma nova canção que venha nos trazer

Sol de primavera."

À Lolo, à Laura e ao Lauremir, e à memória de um cunhado amigo.