Como vivem os melancólicos?

Desde o início há o escuro e o silêncio. Os sentidos operam clandestinamente e, vez ou outra, buscamos ouvir o sussurrar da vida.

Estranhamente a vida nos foge aos sentidos. O escuro é a melhor companhia em dias de sol e a tempestade é o melhor presente em meio a calmaria. A neblina enfeita a feiura dessa vida ridícula e os trovões saltam aos barulhos da morte.

A melancolia da noite é a alegria dos dias de sol. Me banho no escuro e sintonizo minha angústia ao silêncio. Bailo e bailo e bailo.

E de repente, nada faz sentido. A vida se faz e desfaz nos trejeitos da morte e toda representação vivida pintada até agora é borrada com a presença do que sempre esteve lá. Então o início também é o fim e a felicidade também é a tristeza. O amor romântico perde espaço para a solitude, seja ela bem quista ou mal quista, não importa, ela prevalece nos corações que não amam.

E o amor... Ah o amor. Ele se esvai e se perde no desencanto da dor que, por ironia, também é parte do amor. O afeto desenterrado se apresenta como um turbilhão no coração de quem um dia amou e se feriu. Nesse momento, um corpo se vê capaz de suportar explosões intermináveis de sensações, dores, tremores... Há um terremoto dentro de mim.

maria paula da silva lima
Enviado por maria paula da silva lima em 24/03/2023
Código do texto: T7748110
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