Responsabilidade

Peguei me perguntao se sei, de fato, o que significa amar alguém. Imagino respeito mútuo pelas escolhas um do outro, perdão pelas falhas e coragem da parte de cada um para reconhecer e arrepender-se dos próprios erros.

Mas existe uma sombra que se disfarca, a dependência... Ah, a dependência, afasta-nos do verdadeiro amor. Ela semeia brigas, intrigas, crises de choro e desentendimento. E no meio desse caos, o medo da solidão é o vilão, perpetuando um ciclo angustiante, sofrido, sem fim.

Quantas vezes, por "amor" tornei-me invasivo, obsessivo, inconveniente ao tentar controlar os passos e pensamentos dela. Esse comportamento afastava-me cada vez mais do que realmente desejava: sentir-me amado.

Baixa autoestima faz-nos sentir inadequado mesmo, inseguro, em buscar de validação externa, acreditando que precisava provar que não estava errando. Nessa busca, tornava-me dependente, para sentir-me completo, enquanto, na verdade, estava todo quebrado. No entanto, encontrei um caminho para juntar esses pedaços.

Para superar a dependência emocional, assumi a responsabilidade por suprir minhas próprias necessidades, cultivando independência e autonomia.

O primeiro passo foi conhecer a mim mesmo. Enfrentar meus medos, traumas e dores. O autoconhecimento é fundamental para construir uma base sólida de autoconfiança e nutrir um senso de propósito pessoal. Fazer uma lista de meus pontos fortes e pontos a melhorar, identificar minhas crenças centrais.

Segundo, aprender a ser feliz sozinho. Estar sozinho não significa estar incompleto. A solidão pode ser uma oportunidade para autodescobrimento e crescimento pessoal. Aprender um novo hobby, meditar, sair para um passeio sozinho.

Terceiro, ser recíproco. Não seria maravilhoso ter um relacionamento onde respeito mútuo e aceitação da individualidade do outro são a base sólida? Uma relação em que ambos apoiam o crescimento e a evolução mútuos, compartilhando e atendendo às necessidades um do outro. Essa é a essência do verdadeiro amor.

Se me reconheço como emocionalmente dependente, preciso reconhecer minha responsabilidade e trabalhar incansavelmente para superar esse comportamento. Da mesma forma, se estou envolvido com alguém emocionalmente dependente, preciso ser paciente e amoroso, respeitando o tempo necessário para o desenvolvimento dessa pessoa. Nunca devo permitir que minha vida seja controlada por terceiros.

Sou o único responsável por atender às minhas próprias necessidades físicas, emocionais, mentais e espirituais. Essa responsabilidade é pessoal e intransferível; não posso esperar que outra pessoa assuma essa tarefa por mim.

A mudança é necessária para alcançar o amor genuíno, superar a dependência e construir vínculos saudáveis, onde duas pessoas se apoiam mutuamente, crescem juntas e preservam suas identidades individuais.

Mozart Sávio
Enviado por Mozart Sávio em 25/03/2023
Reeditado em 31/05/2024
Código do texto: T7748583
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