Tentando falar de Amor

Amor. Quatro letras que sempre desafiaram a lógica humana. Quatro letras que atordoam os filósofos. Lindo de se expressar e péssimo de se viver. Amor é uma entrega sem contrapartida. Como disse o Apóstolo Paulo: "Tudo sofre, tudo suporta, tudo crê... O amor não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente. O amor é longânimo, não busca o mal" e não satisfaz as nossas expectativas egocêntricas. Deus é amor! Amor Ágape. Amor paternal. O amor que emana do Seu caráter. Por isso Deus sofre, porque o amor que sentimos por Ele não é infinito e não é denso, consistente como o amor Dele por nós. Por isso Ele é misericordioso ao ponto de permitir que expressemos o nosso amor por Ele amando o nosso próximo.

Amor Eros: Amor entre duas pessoas, um jogo de poder, de dominação, de subjugação do sentimento do outro. O romantismo do século XVIII veio desfigurá-lo ainda mais, atrelando-o ao sentimentalismo, frases bonitas, flores, chocolates e ternura. Mas nada disso se sustenta com o peso da convivência, do suportar as mazelas do outro. A ternura, a paixão, a graciocidade, se esfacela com o peso do tempo e da convivência. Por isso o amor não pode ser encarado como essa coisa piegas que nos é vendido todos os dias. O amor é uma renúncia, a construção diária de um edifício de dor sem alento.