VOCÊ É O QUE ACREDITA

A vida começa a me testar antes do desjejum. Ainda na cama algo me diz que nada vai dar certo. Levanto-me, embora triste! No espelho, uma cara de derrotado. Cuspo na pia a praga de ontem. Ergo a cabeça para me enxergar dentro dos meus próprios olhos. Ninguém deveria ir a lugar algum sem a certeza do primeiro passo. Enfim, saio. No bolso dois envelopes lacrados, cujos conteúdos são: SIM e NÃO. E a cada conflito apresento o SIM. E de novo e de novo... - O que me faz ficar condenado a um dia, terrivelmente, previsível e chato. A sirene soa. Retorno para casa com a sombra curvada a silhuetar o ocaso daquela tarde morna. Os passos são refeitos como se o tempo tivesse andando para trás. Abro a porta e entro... É quando vejo que um dos envelopes sequer foi aberto: um contrassenso, pois este mundo sempre foi trogloditário. Durmo. Amanhã será um outro dia dentro do mesmo dia. Até que eu resolva enfrentar o medo tácito de não ser outra pessoa, sabendo eu quem sou.