Sem Propósito

Esse sentimento, de inutilidade, de indiferença, de nulidade, me consomem.

Eu não ter qualquer significado em tua vida é muito pior do que ser simplesmente algo muito ruim.

Não te despertar nada de bom e nada de ruim é aflitivo. Não ser capaz de incomodar ou acalmar é perturbardor.

Sinto defraldada, enganada, por ter acreditado que estavamos em pé de igualdade. Sinto como se tivessemos juntos a beira do abismo mas só eu tenha saltado. E tu continuas aí em terra firme.

Estou afogar-me nesse mar de ilusões, e tu a olhar da segurança do alto do teu farol.

Sinto como se tivesse acreditado em ti, caminhado para o centro uma floresta densa e escura, tu simplesmente me lagartes a mão. E ao gritar o teu nome a única coisa que ouço é o eco do meu desespero.

Se soubesses, se tivesses idéia do quanto mais perto da porta me colocas quando abres assim mão de mim.

Sou animal selvagem, arisco e escaldado. Posso me entregar sem pensar, mas se sinto que o piso é frágil, que a tempestade desponta no horizonte, vou procurar abrigo, vou procurar fuga. Eu vou embora e não vou deixar vestigios para conseguir voltar.

Primeiro, o que consegui dar-te em troca era pouco, insuficiente. Mas era tudo que podia.

Agora dou-me por inteira e dou-me em demasia.

Será o teu jogo era só a conquista? E agora que tens já não te interessa?

Meu coração palpita, pula, explode e pede para que não fique para saber.