Cemitério de palavras...


Enquanto sonorizamos a palavra amor, nosso peito julga e condena.
Dado o veredicto...  Cumpra-se a pena !

Vamos atirar cem mil pedras, enquanto chamamos o nome de Deus.
Vamos ficar no camarote da nossa perfeição e aplaudir de pé o desacerto,
já que domingo podemos ir à missa e nos confessar ...

E assim tá tudo certo... Tudo muito certo !

Somos tão perfeitos, tão justos ! Imune de  falhas e erros, sigamos julgando.

Há quem prefira a escuridão que a luzes de natal...
Há quem ame a guerra e levanta a espada da intolerância.
Numa vala de sentimentos, brada seu grito asfixiado de injustiça.

Herói de cartolina, santo do pau oco, mente oca, alma vazia...
Esconda-se atrás de sua máscara de silicone e egoísmo.

Mas quando o sol de fevereiro derreter a covardia do seu escudo de cera,
o mundo, feito boca de lobo,  balança a peneira e pode querer te engolir.


Junte todas as suas falsas virtudes e  enterre-as  na negritude do seu coração...

             Cemitério de palavras

                                           Silêncio e (pre) sentimentos

                                                                            Angústia e lamentos...






Charlyane Mirielle
Enviado por Charlyane Mirielle em 19/12/2007
Reeditado em 19/12/2007
Código do texto: T784288