A NATUREZA ÉTICA E MORAL DO DESEJO

Se por um lado, desejar é um sentimento inato à espécie humana, por outro lado, é a especificidade daquilo que se deseja que vai definir a moralidade – ou imoralidade – dos homens. Acrescido a isso, existe também um fator determinante para a compreensão do julgamento, à luz da (i)moralidade dos desejos, dos homens, que é a intencionalidade, ou o porquê e para quê desejamos alguma coisa.

Se eu desejo possuir determinado bem material, certa qualidade pessoal, determinada característica física ou sentimental etc.; três questionamentos devem ser feitos a priori: 1º) Por que eu desejo tal coisa? 2º) Para quê eu desejo tal coisa? 3º) O que eu farei com tal coisa? É somente mediante essas três perguntas, que podemos definir, à luz dos desejos humanos, o cerne íntimo, ético e moral do desejo. Não é, pois, aquilo que se deseja que define quem o deseja, mas sim o porquê, o para quê e o quê, que vai definir a moralidade dos homens mediante os seus desejos.

Exemplificando: se eu desejo possuir uma casa própria para morar, então eu estou atendendo a uma demanda tão somente minha. Se eu desejo possuir uma casa própria para morar, mas também para ser reconhecido pela comunidade na qual eu estou inserido como alguém que tem sua casa própria, então eu estou atendendo a uma demanda pessoal, mas também social. E, por fim, se eu desejo possuir uma casa própria para morar, para ser reconhecido como alguém que tem a sua própria casa e também para fazer da minha casa um santuário religioso ou espaço de orgias, isso definirá, a posteriori, a natureza ética e moral do meu desejo; e por consequência, minha. _______________________________________________________________________________________

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Nikolay Gonçalves
Enviado por Nikolay Gonçalves em 07/09/2023
Reeditado em 07/03/2024
Código do texto: T7880278
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