POESIA (C)ALADA

O garimpo é uma atividade que demanda esforço, exige paciência e precisa do reconhecimento daquilo que está buscando...

Tem que saber onde cavar pra encontrar o que está procurando...

O estrago que é feito na busca do que tem valor é devastador...

São áreas imensas exploradas pelo escavador...

O trabalho é árduo e provoca muita dor...

São milhares de outras coisas destruídas pra encontrar e separar as escolhidas...

Alguns sofrem acidentes graves nas subidas...

Outros perdem no caminho, a própria vida...

Depois vem o transporte que é dificultoso e arriscado...

Vão no lombo de uma mula, um cesto de cada lado... lotado... abarrotado...

O fardo de quem carrega essa carga, é sempre muito pesado...

O que fica depois de um garimpo esgotado na sua busca, é só destruição...

É a morte de tudo que rodeia a área em que foi feita a exploração...

E com as PALAVRAS eu vejo a mesma situação...

Na mente acontece a devastação...

Quem se atreve a escrever são todos garimpeiros...

Buscam em lugares inacessíveis, sentimentos verdadeiros...

Se dedicam na caçada, mas nunca voltam inteiros...

Ficam pedaços seus pela estrada...

Estraçalhados pela busca desenfreada...

Sofridos pela destruição causada...

Dizem o que sentem sem saber de nada...

A mente fica confusa e atrapalhada...

A rima se perde no meio da toada...

A poesia é o que finda essa busca alucinada...

E a intenção é ver a pessoa que lê apaixonada, com um brilho nos olhos...emocionada...

O brilho do ouro, da pedra que foi lapidada...

A diferença está entre o tudo e o nada...

Na palavra que estava calada...

Mas foi garimpada... descoberta e escavada... combinada e remontada...

E feito um bando de aves coloridas... saem livres, leve e soltas... em revoada...

Assim se faz uma poesia alada...

L!@

Lia Rowlands
Enviado por Lia Rowlands em 26/09/2023
Código do texto: T7894365
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