Contra o aborto

Sou contra o aborto!

Não me apedrejem, analisem minhas razões!

Sei que esta é uma questão polêmica e desperta paixões! Mas vou dar minha opinião!

Mesmo não sendo profissional da saúde ou das leis, sei que nossa legislação prevê casos específicos nos quais é autorizada a extração do ser humano que está no útero, sendo formado pela natureza mas que ainda não foi chamado para a luz do nosso mundo.

Sei, também, que a Igreja é absolutamente contra (falo a partir da Católica, uma vez que existem denominações tolerantes…). Aliás, as denominações sérias defendem a vida!

Independentemente de outras alegações, a grande bandeira pela “legalização” do aborto é a concepção resultante de estupro. E são feitos alguns razoáveis e outros mirabolantes discursos “feministas” e de defesa do direito da mulher sobre seu próprio corpo. Não contesto o direito ao corpo! Mas argumento justamente com base num outro corpo humano que está se formando e que não pediu para estar lá, nem tem força de defesa.

Sei que uma gestação “normal” já é problemática, por isso imagino os problemas de uma gestação indesejada, resultante de um estupro.

Mas aqui vai minha primeira pergunta: quem é punido pelo ato violento, gerador desse novo ser humano? A mulher, que se vê obrigada a carregar o asco da agressão e também uma nova vida em seu interior? O agressor que se aproveitou da fragilidade de sua vítima (e digo fragilidade porque se tiver força para resistir e livrar-se do agressor ela não será abusada; se não resistiu, consentiu!?)? Ou o feto que não pediu para entrar na história e, esse sim, é indefeso?

Sei que os olhares ficam todos pesando sobre a mulher: “coitada, foi abusada!”; “será que foi estupro mesmo?”; “também pudera, com essa roupa!”; “mas onde foi se meter para que esse traste a pegasse de jeito?”…. E muitas outras falas que tentam culpabilizar a agredida. Por isso a indagação: com que olhos olhamos o agressor? Certo, nem sempre ele é identificado, mas, além de umas palavras de revolta e de propostas de linchamento, qual é nossa postura a seu respeito?

Portanto, note: falamos sobre a mulher agredida; mencionamos o agressor… mas voltamos nossas atenções e queremos atingir a consequência sem trabalhar as causas. Principalmente porque nos esquecemos de registrar que esse agressor é um doente: se não de algum distúrbio diagnosticável, pelo menos doente de caráter.

Assim como a mulher não se deita com quem ela não quer, o homem também não a obriga a se deitar. Portanto se ela foi obrigada, não foi por um homem, mas por um ser bestializado ou um doente de caráter.

Ambos precisam de tratamento.

E a criança? Deixem-na nascer. Quem sabe alguém não a queira adotar? Existem tantas famílias querendo…

Portanto, proponho: deixem a criança nascer. Se aquela que a gestou a recusar, existe a possibilidade da adoção. E são muitos na fila! Mas é preciso que a façam andar!

Que a mulher agredida receba o devido aconchego da família e acompanhamento psicológico.

E o ser bestializado, causador da situação, castrem-no!

Neri de Paula Carneiro