Por favor me deixem ser surreal - opus Nº 1

Ela não existe aqui e nem do outro lado.

Ele é o nada, sabe que é.

No pensamento frio que é o dele,

ela tenta colocar fogo, mas é em vão...

No quarto escuro do inverno,

um quarto com um teto azul crescente,

ele encontra velhas melodias tristes

e um retrato dos pais em silêncio.

A vela que queimou na sala chega

nas narinas e acorda um cãozinho que se rebela.

Eu quero dormir.

A fortaleza que cai e a liberdade que sobra.

No meio o calor, o vapor que acaba.

O beijo no rosto e vão se embora.

A Avenca que chora no jardim não

me implora cuidados especiais.

A alegria da última cor da refração...

Outro dia a beleza me sorriu no mercado.

Encontrei no silêncio a última alegria que me restava.

No meu pesadelo eu sou simplesmente eu.

República Selvagem
Enviado por República Selvagem em 20/10/2023
Reeditado em 20/10/2023
Código do texto: T7912673
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