Mudar, mudar, mudar, até ficar diferente!

Mudei tanto neste ano que as vezes de súbito eu acabo me estranhando.

A mudança interna sempre pede um alinhamento externo, algo que sinalize que algo ali já não permanece mais o mesmo.

Algo que comunique sem precisar dizer.

Tantas vezes fora o cabelo este símbolo, curto, médio, cacheado, liso, iluminado, com ondas, muito curto, muito longo.

Desta vez difere de todas as outras infinitas vezes... Por costume quase segui a tradição.

Até perceber que o cabelo parece tão alinhado ao novo eu, que não caberia mudar um milímetro. Olho, percebo e acho lindo e coerente. Natural, o mais natural que já houve.

Sem pressa alguma, me dei tempo de percepção.

Tempo de maturação.

Tempo pra sentir.

Só agora percebo a estranheza, mudou o olhar, o antes belo não parece mais tão atraente.

Desfiz do guarda roupa quase inteiro, de forma literal, do móvel às roupas.

Ainda não parece o bastante.

Olhei para o pendente, achei feio.

Preciso trocar o pendente.

A disposição dos móveis, será se tem outra possibilidade?

Invento, algo parece melhor.

As unhas, podem ser as unhas, talvez o formato.

Acho que combina mais comigo! Como não mudei antes?

O cacto ali estava, vi a Ficus, amei a Ficus logo quando a vi, resolvi que deveria me despedir do cacto.

Não é o cabelo, eu sei.

Algo me diz que não é o cabelo.

Talvez seja hora de pensar em uma casa, Tangerina precisa de espaço, eu preciso de um jardim e uma varanda, de um olhar para fora.

Faço as contas. Pondero.

Seria tão mais fácil se fosse o cabelo...

Mariany Mendes
Enviado por Mariany Mendes em 24/10/2023
Código do texto: T7915841
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