Devaneios de uma noite de Outono

A vida moderna em si é algo socialmente construído. Desde quando somos inseridos no ensino escolar aprendemos a como viver socialmente de acordo com àquela instituição de ensino alinhada a experiência de vida de cada família e ao ambiente que estamos inseridos.

Nesse contexto ignoramos a forma como SENTIMOS, pois nesse contexto tudo parece ser preto no branco. Essa é a minha realidade, a forma como sinto que fui criada e ensinada. E ela não é, de forma alguma, a forma certa (se é que existe uma!) Ela é apenas a forma como eu enxergo o mundo.

O fato de eu ter sido ensinada a reprimir minhas emoções e não demonstra-las não significa que eu não as sinta. Como sempre vivi, eu sinto TUDO, porém não demonstro… pois no meu entendimento algumas demonstrações são desnecessárias.

Demonstração demais e provar demais são demandas de pessoas carentes, já demonstrar de menos e não demonstrar não é desse mundo (e é como me sinto por não saber demonstrar alguns sentimentos e emoções ). Na minha ignorância sentimental, as demonstrações devem ter um certo equilíbrio que foi socialmente imposto pela forma como fui criada.

Nesse contexto, as melhores relações (afetivas, românticas, familiares e de amizades) que tive e tenho na vida foram e são sem esforço. Elas funcionam de forma natural e acontecem de uma forma espontânea. As pessoas envolvidas entendem, compreendem e aceitam a outra parte em sua completa imperfeição, não a questionam e não cobram por algo. É simplesmente uma troca recíproca (e nesse caso sem nenhuma pontuação pra exemplificar a fluidade da coisa)!!!

Esse meu pensamento pode ser utópico, mas essa utopia é a minha realidade, e eu sou imensamente grata por ela e por essa experiência. As pessoas que passaram pela minha vida me trouxeram esse discernimento, as que permaneceram me comprovaram ele e me fazem ter uma percepção de mundo muito mais fluída, simples e real.

A vida foi feita para ser experienciada em sua magnitude. Aquilo que a gente vive, por, emocionalmente, pior que seja (e aqui não estou falando de situações de vida extremas, estou falando de situações simples e mais cotidianas), tem um entendimento posterior que o momento exato da emoção não nos permite enxergar.

Esse texto é a escrita de um descobrimento do meu equilíbrio em relação as minhas relações interpessoais… Elas não podem ser aplicadas a ninguém mais, pois se fossem, elas se tornariam total e completamente questionáveis . E essa é a beleza da vida e da formação de diferentes percepções e opiniões.

Pois as minhas diferentes experiências e experimentações da vida e das minhas relações interpessoais, desde a minha infância até o dia de hoje, me tornaram a pessoa que eu sou. E é essa singularidade que torna cada ser humano um ser diferenciado por si só, e essa é a beleza da vida e dessa existência!!

Somos seres únicos, e não só pela nossa própria criação mas também pelo contexto aos quais estamos inseridos. Nossas experimentações e experiências de vidas nos tornam cada vez mais únicos!! E que bom que temos diferentes vivência dessa jornada chama vida e podemos compartilhar para somar!!

PS: escrevi e escrevo esse texto num sentimento de entendimento da vida, um sentido de completude que não sei explicar, apenas sinto. Apenas eh tô minha presença nesse mundo, como sendo única, igual a cada presença de qualquer ser humano que tenha passado por essa experiência. É um senso de desprendimento inexplicável por si só , é um pouco confuso a princípio, porém, completo quando entendível. Essa dicotomia é incompreensível entendimento me representa, é quem eu sou, é quem você é… e isso é lindo, poético e vivido!

S.A.M

Vancouver

04/11/2023

SHEL AHMAD
Enviado por SHEL AHMAD em 04/11/2023
Código do texto: T7924192
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