Cultivando valores positivos

A cocriação neuroplástica de valores como o perdão, o autoperdão, a compaixão, a autocompaixão e a gratidão, desempenham um papel fundamental na ampliação da nossa humanidade. Esses valores, não apenas são essenciais para o nosso crescimento pessoal e bem-estar, mas também influenciam positivamente nossos relacionamentos, nossa interação com o mundo e nossa capacidade de enfrentar adversidades.

O ato de perdoar, tanto a si mesmo quanto aos outros, é uma prática poderosa que nos liberta do peso emocional da mágoa, ressentimento ou raiva. O perdão, nos permite deixar para trás, os sentimentos negativos e abrir caminho para a cura, o crescimento pessoal e relacionamentos mais saudáveis. Neuroplasticamente, o perdão envolve a reconfiguração das conexões neurais, que estão associadas à dor emocional, substituindo-as por uma perspectiva mais compassiva e acolhedora.

Da mesma forma, o autoperdão é uma prática de autocuidado e amor próprio. Reconhecer, que todos cometemos erros e permitir-se aprender e crescer, a partir dessas experiências, é um aspecto importante do desenvolvimento pessoal. A cocriação neuroplástica do autoperdão, envolve reestruturar nossas relações internas e nossa autopercepção, cultivando a compreensão e a aceitação de nós mesmos.

A compaixão, é a capacidade de se colocar no lugar do outro, cultivando empatia e preocupação genuína pelo bem-estar dos outros. A neuroplasticidade, nos permite desenvolver essa qualidade, ao fortalecer as redes neurais, associadas à empatia e ao cuidado. A prática contínua da compaixão, nos ajuda a estabelecer conexões significativas, com os outros, promovendo relacionamentos mais profundos e solidários.

Da mesma forma, a autocompaixão envolve voltar essa compaixão para nós mesmos. É a capacidade de reconhecer nossa própria dor, estresse ou sofrimento, oferecendo suporte, gentileza e encorajamento internamente. A neuroplasticidade nos permite cultivar essa qualidade, reforçando as redes neurais, associadas ao amor próprio e ao autocuidado. A autocompaixão, nos permite ser mais gentis e compassivos conosco, cultivando uma atitude de bondade, em relação às nossas próprias falhas e imperfeições.

Por fim, a gratidão, é uma atitude que nos permite apreciar as bênçãos e os aspectos positivos da vida. Neuroplasticamente, a prática da gratidão, fortalece as conexões neurais relacionadas à felicidade, contentamento e bem-estar. Ao cultivar a gratidão, ampliamos nossa capacidade de reconhecer e valorizar as pequenas coisas positivas da vida, o que contribui para o florescimento de nossa humanidade.

Portanto, a cocriação neuroplástica de valores como o perdão, o autoperdão, a compaixão, a autocompaixão e a gratidão é fundamental para a ampliação de nossa humanidade. Ao cultivar esses valores em nossa vida diária, reconfiguramos nosso cérebro, fortalecemos conexões neurais positivas e nos tornamos seres mais compassivos, empáticos e gratos. Esses valores nos ajudam a enfrentar as adversidades, promovem relacionamentos saudáveis e contribuem para o bem-estar emocional e mental.

Vale ressaltar aqui, a diferença entre piedade e compaixão, relacionada à dinâmica e à natureza de um sentimento, em relação ao outro. Enquanto a piedade, pode envolver uma posição de superioridade e distância emocional, a compaixão é um sentimento horizontal, holístico e profundamente empático, que concretamente ajuda.

A piedade pode surgir, quando alguém olha para o outro de uma posição de superioridade, sentindo pena ou compaixão condescendente. É um sentimento que pode surgir, quando uma pessoa vê outra em uma situação de sofrimento ou dificuldade, mas ao mesmo tempo, mantém uma separação emocional, sentindo-se acima do outro. A piedade muitas vezes, não leva a ações concretas para ajudar o indivíduo, mas sim a um sentimento de falsa benevolência ou complacência.

Por outro lado, a compaixão, é uma manifestação genuína e profunda, de empatia pelo sofrimento do outro. Envolve uma conexão emocional e uma compreensão holística do outro, como ser humano. A compaixão, é uma demonstração de solidariedade e desejo sincero, de aliviar o sofrimento alheio. Ao contrário da piedade, a compaixão leva ações concretas e ao engajamento ativo, na busca do bem-estar do outro.

Gabriel Garcia Marquez, expressou brilhantemente essa diferença, quando disse: "Acredito que um homem, só possa olhar um outro de cima para baixo, se for para ajudá-lo a se levantar". Essa citação encapsula a ideia, de que a verdadeira compaixão está enraizada na vontade de oferecer ajuda, apoio e solidariedade, sem uma postura de superioridade. A compaixão, reconhece a igualdade fundamental de todos os seres humanos, independentemente de suas circunstâncias, e busca genuinamente, compreender e compartilhar o fardo do outro.

Em resumo, a piedade e a compaixão são sentimentos distintos, com abordagens e motivações diferentes, em relação ao sofrimento do outro. Enquanto a piedade pode envolver uma atitude de superioridade e distanciamento emocional, a compaixão é uma manifestação profunda, sincera e empática, que se baseia na igualdade e na busca ativa de ajudar e aliviar o sofrimento do outro. A compaixão, como expressa por Gabriel Garcia Marquez, é uma postura que nos convida a estender a mão, para levantar aqueles que precisam, reconhecendo que somos todos iguais em nossa humanidade.

Barthes.

BARTHES
Enviado por BARTHES em 07/11/2023
Reeditado em 03/12/2023
Código do texto: T7926608
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