A ÁRVORE DA MONTANHA

Tudo que te tira a paz, é invisível aos olhos.

Está ali, porque sentimentos os alimentam

Circunvagar a alma é, encontrar despojos de batalhas diárias e, fazer deles, troféus na estante da vida!

A mão invisível que nos protege e nos toca, é a mesma mão que sacode a árvore. Faz das nossas percepções um caminho mais denso e calcado em pedregulhos, não para vir o desânimo, mas, para criar um caminho sólido, na solicitude do eu, afastando a solidão promiscua e afiando a nossa condição cognitiva para o próximo passo, alicerçado do caminho trilhado!

Disseram: nenhum homem é uma ilha, de fato… pessoa alguma vive sozinha, sem sentimentos ou afago de ego, porém, os pormenores estão na forma com que se enxerga o êxito de estar a contemplar a si mesmo e, projetar as suas ilusões ou realidades naquilo que lhes apraz...

Eu, daqui, observo a minha árvore, e as sacudidelas que tento-lhe dar sem resultados, convence-me que todos os dias, a mão invisível que à toca, testa as suas raízes ao vê-la, imperturbadamente insistindo em não se dobrar… insistência é seu nome…então, canto com a mão invisível e entoo uma canção ao vento!

Yishrael Soler

Se eu quisesse sacudir a árvore com as próprias mãos, não seria capaz,

Mas o vento, que não vemos, perturba-a e dobrá-a como quer.

Estamos dolorosamente curvados e perturbados por mãos invisíveis

Assim Falava Zaratustra

VIII

A ÁRVORE DA MONTANHA

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