À sombra do Juazeiro

Lá no Juazeiro, cidade escondida

Pacata e tranquila.

O sertão encontra a sua alegria

Na vida, um mistério, uma sombra antiga.

Com tantas histórias, tão longas memórias,

A vida se pinta de belas canções.

No peito do sertanejo valente,

Saudades e sonhos se fundem em tons.

Na margem do rio, de águas serenas,

Um barco se arrasta, buscando destino.

Seu capitão, um homem valoroso,

No peito a coragem, no olhar o desatino.

No cais, a morena esperando ansiosa,

Seu amor partira, levado no barco.

Promessas de eternas juradas ao vento,

No peito, sozinha, o coração tão arco.

O vento que sopra traz lembranças frias,

Sussurra o passado, os sonhos desfeitos.

À sombra, ela vagueia

Caçando a esperança que voa leve.

Chega um dia, o barco retorna,

Balança no rio com sinais de dor.

A morena corre, o peito acelerado,

Notícias trazidas, alegria e pavor.

Seu marido voltou, mas em outros braços,

As juras de amor quebraram como cristais.

O Juazeiro agora sangra,

Sobre as pedras secas, derrama seus ais.

E ela resolve, com a lua corajosa,

Buscar o seu rumo, fugir da tristeza.

Na sombra deixa as mágoas,

Rumo à aventura, na noite, com certeza.

E nunca mais a vemos no rio,

O amor que se perde, a lágrima seca.

Mas a menina valente,

Seguiu seu caminho, encontrou sua meca.

História do sertão, sombra do Juazeiro,

Em versos e notas, vivendo o passado.

No coração sertanejo ela brilha,

A poesia tocada, o amor eternizado.

Yasmim Castro
Enviado por Yasmim Castro em 08/11/2023
Código do texto: T7927748
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.