FUI TOLO O SUFICIENTE

Num mundo que muitas vezes nos ensina a colocar nossos interesses em primeiro lugar, onde a busca incessante pelo próprio sucesso e felicidade pode ofuscar a importância dos outros, descobri que havia uma magia especial em ser idiota. Uma idiotice que transcende o egoísmo e mergulha nas águas profundas do amor altruísta. Fui tolo o suficiente para acreditar que amar primeiro a mim mesmo seria a chave para a verdadeira felicidade. No entanto, ao longo do caminho da autodescoberta, tropecei em uma verdade surpreendente - a de que o verdadeiro êxtase reside em amar alguém antes mesmo de começar a entender completamente a complexidade do meu próprio coração.

Passei anos buscando a realização em conquistas pessoais, na satisfação imediata dos meus desejos egoístas. Mas foi quando me permiti ser tolo, quando mergulhei de cabeça em um amor desinteressado, que experimentei uma transformação profunda. Amar primeiro você do que eu, foi como abrir as cortinas de um espetáculo escondido nos bastidores do meu ser. Descobri que a felicidade não está apenas em satisfazer minhas próprias necessidades, mas sim em criar um espaço onde seu sorriso floresce como um jardim exuberante, alimentado pela chuva constante do meu carinho.

Ao ser idiota o suficiente para priorizar seu bem-estar acima do meu, percebi que o verdadeiro amor é uma dança de dar e receber, onde cada passo é uma expressão sincera do cuidado mútuo. Amar primeiro você do que eu, foi aceitar que a verdadeira riqueza reside na generosidade do coração, nas emoções compartilhadas, e nas alegrias multiplicadas.

Nessa jornada de ser idiota ao ponto de amar primeiro você do que eu, descobri que o verdadeiro significado da vida não está em acumular tesouros materiais, mas sim em construir laços inquebráveis de afeto e compaixão. Pois, ao final do dia, é nas relações sinceras e nas memórias compartilhadas que encontramos a verdadeira essência da existência. Portanto, celebro a tolice de amar antes de entender completamente a mim mesmo, pois é nessa idiotice que descubro a beleza sublime de ser verdadeiramente humano, conectado por fios invisíveis de amor que transcendem o ego e iluminam os cantos mais escuros do meu ser.

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Ronald Sá, é ator, dramaturgo, diretor e professor de teatro. Tem mais de 30 textos teatrais escritos, tanto infantil e adulto. Mora em São Luís do Maranhão. Começou a se interessar pelas letras desde criança. Formado em Artes Cênicas, tem um grupo de teatro na periferia da cidade maranhense, Anjo da Guarda. Bairro cultural, celeiro de vários artistas. Atuou, escreveu e dirigiu 26 espetáculos espetáculos. No momento, escreve sua primeira série e e seu primeiro livro sobre o mundo teatral.

Ronald Sá
Enviado por Ronald Sá em 26/02/2024
Reeditado em 28/02/2024
Código do texto: T8007512
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