Amarcord

PARA mim a maturidade foi apenas o amadurecimento do menino. Mas isso não apagou a menória e nem me fez esquecer minhas raízes. Lembro a frase de Potiguar Matos: “O homem é tempo e saudade, o importante são as raízes, o que o segura é a memória”. Sempre olho para um retrato amarelecido na parede. É de um menino de calças curtas sentado numa cadeira de vime, um menino de cara amarrada, mas um menino feliz. Um menino que apesar das suas limitações e dos parcos recursos de sua família, se julgava um nobre porque toda cruança é um nobre. A cruança é responsável pelo equilíbrio do adulto. O homem é um menino grande. Ainda me lembro de Gradisca, de Amarcord. William Porto. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 07/03/2024
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