INCABÍVEIS

Como percebi, muita gente ocupava o mesmo espaço, com enormes peitorais inflados de orgulho, via faíscas tipo foguetes artificiais, que explodiam. Era impossível caber entre milhões. Nas minhas contas calculei, mas infelizmente logo captei que por razões desconhecidas neste mundo, era estranho saber, o porquê, era inútil cooperar, porque nossos diafragmas eram tão insinuantes. O medo de perder a posição de destaque, fabricava um tipo de angústia, que levava o sujeito a um estado de inferioridade extrema, como se isso fosse a coisa mais impressionante do mundo. E a verdade, é que todos temos desejos oprimidos segundo Sigmund Freud, de sentirmos a necessidade de reconhecimento, nas esferas das calamidades públicas. Também o único jeito de caber era tentar dominar a pulsão de acreditar, que existir estava diretamente relacionado com nossas frustrações. Passando a limpo antepassados de valores ancestrais, pude perceber que todos temos um pouco de Hitler, o caráter diante de tanta controvérsias, que não aguentava mais discutir e ouvir opiniões, pontos de vista. O que incomodava terrivelmente, eram os olhares apreensivos de querer viver como se fossemos apenas comuns. Mas, não era tão simples assim, sempre tinha alguém ou situação embaraçosa que não conseguia conter e controlar a compulsão, muito mais relacionada com o destaque, do que propriamente dito, em contribuir. Assim, acreditávamos que pelo simples fato de ajudar, nos dava o direito de ser alguma coisa, em meio a uma vasta gama de apetites terrivelmente famintos, por uma disputa amistosa e aniquilante, de chamar a atenção como aprendemos nas escolas. Era bem mais complicado, do que parece, esse tipo de incentivo, não pelo aluno destaque, mas pelos outros que eram desestimulados por motivos diversos. Então, temos que rever essa “disciplina”, usada de forma incoerente e aplicada nos âmbitos escolares. O desafio está em separar professores tradicionais ou capacitar profissionais, professores especializados na área da saúde? Aí entra a aceitação ou não, dos pais junto com as autoridades e órgãos públicos competentes decidirem. Qual a melhor estratégia a ser usada, em torno desta “inclusão”.

Juliana Amorim Alves
Enviado por Juliana Amorim Alves em 07/03/2024
Código do texto: T8014519
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