Síntese sem tese

Hoje, com mais idade... com um tempo mais confortável para pensar, eu percebo:

Os anos 80, não foram para qualquer um.

Hoje eu sei que muitos conhecidos debochavam das vestimentas de outros... justamente em uma época em que a liberação era algo que se fazia necessária... não como moda, mas sim como desabafo. Era o mesmo que dizer:

Agora eu faço as minhas regras.

Os anos 80 trouxeram músicas que questionavam o comportamento humano arcaico. A literatura explodiu... era a boa bomba que inflamava livros, jornais, fanzines, quadrinhos... e ainda, as peças teatrais que mostravam uma evolução do pensamento... bem longe daquele que era obrigado a ser comportado.

É agora sei, haviam pessoas que não conseguiram perceber as possibilidades de mudanças... as boas mudanças... mesmo que no meio da balbúrdia, que insanamente, foi tão rica culturalmente.

A síntese, pelo menos a minha, é que muitas pessoas, ao longo do seu próprio tempo, não perceberam as suas nuances. Existem pessoas (acho que até hoje) que se trancaram em si mesmas e não notaram a fluidez (ora suave, ora bombástica) das novidades.

Claro que aqui não defendo que todas as novidades são excelentes e bem-vindas, não é isso... mas sim, que há em nós um filtro... e é atravéz dele que devemos reter o que de fato é desinteressante, e beber somente o que nos alimenta como um ser melhor. E é por isso que digo:, alguns não fizeram nada disso, pois o que lá atrás, no passado eram, infelizmente ainda são.

Sim, em pleno anos 80, os anos que vieram para nos mostrar uma sequência de coisas, que poderiam nos transportar de maneira legal para o adiante, se mostraram um divisor de águas. De um lado, pessoas que souberam seguir o fluxo, do outro, pessoas que em suas mesmices adotaram o preconceito do tudo. Pessoas assim se viam (ou ainda se vêem) como maiorais, mesmo que encarceradas em nas próprias bolhas.

Eu mesmo não me isento de muitas coisas... mas eu sou um rebelde de mim mesmo. Sempre me causo revolução, e com isso, quero me provocar sempre, para estar aberto as situações que possam vir e me agregar o bom conhecimento.

Ah, aqui cabe uma observação... eu disse porque as novidades ainda chegam, tá?

Então, ainda insisto, os anos 80 não foram para todos...

Tanto é que muitos não aprenderam os seus ensinamentos sociais, históricos, ambientais, culturais, tecnológicos e filosóficos.

Muitos não se enriqueceram como indivíduos quando o muro de Berlim caiu. Tanto, que muitos também não lembram mais (ou nunca souberam) do surgimento da internet, do primeiro voo do ônibus espacial, do primeiro bebê de proveta, tanto no Brasil, quanto na Austrália. Talvez nem lembrem do terror de Chernobyl, e o custo ainda presente dessa infelicidade. Como, e quando, foi identificado o buraco na camada de ozônio. A explosão da Challenger. A guerra das Malvinas. O fim da guerra do Iraque e Irã. O movimento Diretas Já. Indira Gandhi assassinada. A criação da União Europeia. O surgimento de bandas como Legião Urbana, Paralamas do Sucesso, Capital Inicial, Ultraje à Rigor, Biquíni Cavadão, Engenheiros do Havaí, Duran Duran, A-ha, U2, Simple Mind... e tantas outras bandas e muitas coisas mais.

É, de fato, os anos 80 não foram mesmo para qualquer um... mas quem perdeu isso, mesmo que tenha vivido essa época, lhe resta os livros, documentários, músicas... aí talvez, reaprendendo sobre esse período, que de fato foi um turbilhão de acontecimentos... uns ruins, mas outros maravilhosamente excelentes, se lembre (ou aprenda de vez) o que vale a pena, e esqueça, que as pessoas são livres para vestirem o que bem quiserem... e de acordo com as suas possibilidades... e assim, de uma vez por todas, esse (pré) conceito, como muitos outros mais, acabe!

Qual o beníficio disso? Uma pessoa melhor.

16-03-2024

14h13min

Murillo diMattos
Enviado por Murillo diMattos em 16/03/2024
Reeditado em 16/03/2024
Código do texto: T8021222
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