Tardes

Toda tarde traz uma angústia. O fim de uma beco sem saída. A ação parece não ter sentido. Corpo inerte e a ansiedade de alguma realização que esbarra em pensamentos derrotistas. Nem sempre haverá vitória, assim como, nem todos os momentos serão libertadores.

Há momentos de um certo desespero como resultado da nossa cobrança por produção onde tenho que assumir um personagem para o bom convívio. Certamente mais perdido e indiferente parece os dias e minha mente.

Não há motivos, nada que caiba na lógica, mas que não se resume à doença dos nervos. É a solidão densa e pesada pelo caminho escolhido. O personagem não era o ideal. Mas em algum instante o personagem se mostra mais profundo. A reflexão me faz percorrer uma estrada nova, desconhecida. Nem sempre dentro da realidade tal como vemos. Mas é aí que me vejo mergulhado no neu íntimo e vejo que tudo são escolhas que desencadeiam fatos. Estes não controlamos e nos frustamos. Por não sabermos caminhar sem tanta seriedade, sem tantos apegos supérfluos.

Talvez a contemplação seja suficiente para preencher um ser vasto.