Registros: Impressões, #1.

Não bastasse a fadiga e o marasmo e a decadência do cenário, e todos os muros e bloqueios e dificuldades que eu mesmo me imputo e imponho, ainda existe o terror hipócrita e demagogo das pessoas sem compreensão. Mais uma vez, atingindo em cheio meu ponto fraco. Mais uma vez, e do jeito mais covarde. Sem defesa. Mais uma vez. Parabéns queridos, acerto crítico.

Flagelo, o flagelo...eu recolhi meus espinhos pra não ferir mais ninguém e sangrei por dentro e suportei a dor e o tormento. Eu fiz o melhor que pude para amenizar a tempestade e evitar que a chuva inundasse tudo, e vesti luvas de veludo para manusear mãos de vidro, mas eu vejo que chove e ninguém se importa, mesmo estando tudo tão escorregadio. Eles querem ouvir o tilintar e os estilhaços, eles querem ver os cacos.

Eu sempre preferi acreditar que o mal que eu causo a mim só afeta a mim mesmo, eu acreditei nisso, mas agora vejo que estive errado todo esse tempo.

Meus velhos fantasmas mandam lembranças, eu posso ouvi-los, de lá daquele quartinho escuro e úmido no fundo do meu inconsciente onde eu os tranquei, eles gritam e riem, dizendo que eu deveria tê-los dado ouvidos. Filhosdaputa.

Estão errados, pois eu quero assim. Assim como quero que entendam que eu não faço questão de provar nada à ninguém, e que os estereótipos a mim atribuídos não chegam perto de uma descrição, logo, estão distantes de traduzirem o que de fato é real e inerente a mim. Não fizeram questão de saber, porque é mais fácil apontar o que há de errado. O que há de errado sou eu. O avatar do que há de sujo no mundo, o arauto das seringas infectadas. Terror psicológico desnecessário. Desgaste. Desperdício. Sorrisos. Sussurros. Mentiras. Fraqueza. Medíocridade. Censura. Conceitos prévios errôneos.

Não me afetam mais.