A solidão não é virtual

Pensar em solidão dentro de um mundo quase dominado por chats, orkut e MSN pode parecer estranho. Mas, torna-se possível quando há carência daquilo que só o convívio humano (e concreto) pode oferecer.

Ter um milhão de amigos em um página de relacionamentos não determina que o internauta terá companhia para ir ao cinema, tomar um café ou ir a uma festa. Nem que diante de algum problema aquele amigo do outro lado da tela será lembrado primeiro.

Isso ocorre porque esses amigos virtuais dificilmente passarão ao mundo do campo visual (sem Web). A amizade e o carinho se limitam a uma área fictícia, onde flores e cartões não são palpáveis e, por isso, esquecidas rapidamente. Normalmente quando a página do e-mail está cheia.

Quando o computador não está conectado, a realidade do isolamento do mundo aparece e a solidão ganha espaço dentro do vazio que restou. O indivíduo percebe-se sozinho quando entende que os relacionamentos gerados de forma virtual não vão satisfazer aquilo que o ser- humano tanto precisa: o carinho e a atenção real e humana.

Há namoros e amizades de longa data virtuais, mas nenhuma delas conforta e consegue substituir por completo quem as possui. A primária maneira de se relacionar ainda é, e provavelmente sempre será, a melhor fórmula para evitar a solidão que o mundo (moderno) virtual criou.